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domingo, 30 de dezembro de 2007

HAPPY NEW DREAM...

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade, texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.

Por isso acordem-no...que não se guarde o ANO NOVO, como sempre se deseja uns aos outros e se pede, dentro dessa "tal gaveta" cheia de intenções...que seja realmente um FELIZ ANO NOVO PARA TODOS...


...e nasça do sonho a realidade.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

GABRIEL`S MESSAGE - STING



"The angel Gabriel from Heaven came,
His wings as drifted snow,
His eyes as flame; All hail,' said he,
Thou lowly maiden Mary,'
Most highly favoured lady, Gloria!
For known a blessed Mother thou shalt be,
All generations laud and honour thee,
Thy Son shall be Emmanuel, by seers foretold,'
Most highly favoured lady, Gloria!
Then gentle Mary meekly bowed her head,
To me be as it pleaseth God,' she said,
My soul shall laud and magnify his holy name.'
Most highly favoured lady, Gloria!

Of her, Emmanuel, the Christ, was born
In Bethlehem, all on a Christmas morn,
And everyone throughout the world will ever say:
Most highly favoured lady, Gloria! "

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

ABRAÇAR O NATAL...








...preenchendo os vossos corações com tudo de bom que ilumina esta época, em especial......e que os fios de amor, carinho, harmonia, saúde e calor humano vos proteja e envolva numa benção contínua, que venha de todo o ano e que seja prolongada por todo o restante......são os votos que vos sopro, estendidos desta Teia até bem pertinho de vocês.
FELIZ NATAL!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

OLÁ GAIA!

Em homenagem à pequena GAIA, que finalmente deu os "ares da sua graça" ( a nova amiga felina da Borboleta), o Sky decidiu deixar aqui na Teia um pequeno post em sua homenagem! Assim, este seria o poema que antecederia a chegada da Gaia:
"falta-me um gato
para fazer festas às palavras.
algumas chegam entre mãos
na carícia breve da madrugada.

enquanto não parto para ítaca,
viajo, aguardo circe
que me transforme em felino agudo.
depois é só encostar-me às pernas e fitar-me
eu, nariz aquilino, olhos rasgados em mim
na verticalidade da íris;
lamber os pelos, a pele,
arquear o corpo na languidez do gesto.

ficar à espera que a palavra cresça."

...e assim, Gaia apareceu. Da palavra se fez companhia e fez voar a alegria da menina Borboleta em torno da sua alma, fazendo nascer-lhe sorrisos alados. E Gaia se não é uma gata feroz, sei que é traquinas e noutra vida, se calhar, já foi jardineira!
E o Sky, cantando, deixa mais um poema...
"o rabo do gato desenha
letras árabes no mosaico da sala.
arranha o tapete de arraiolos,
rasga o jornal de letras

e um verso escapa-se pela janela entreaberta
uma pétala de violeta
é o tempo das violetas
fugiu para a janela da vizinha
um andar abaixo.
talvez atraída pelo cisne de camille saint säens
no carnival des animaux

o gato enfurece-se com o silvo do vento
e quase me estraga o poema.
vale o método tradicional
um novelo de linha encanta o gato.

alguém pousa os lábios nos meus olhos."

...pelo menos, anda na jardinagem com os vasos da vizinha! Aqui ficam, para ela, e para ti Borboleta, Dois Poemas sobre Gatos, de José Félix.
Ao som desta "cantiguinha", à maneira do Sky, podia ser mesmo ele a cantar! Tipo serenata: ele agarra no seu petisco Jumbone, da Pedigree (não estou a fazer qualquer género de publicidade!), olha para a foto da Gaia e toca de cantar este tema que fez parte da grande banda Sonora do filme BABEL. Muitas felicidades Gaia e Borboleta.

sábado, 15 de dezembro de 2007

RETALHOS I

deixo que a dor se apague
sob os dilúvios quentes das tuas palavras
que nascem das profundezas do teu ser
até à superfície do meu corpo
o mistério que te envolve
como elemento essencial da própria VIDA
flui em mim
de outras vidas, de outros tons de outros tempos recortados
onde nos misturavamos
telas ardentes do final do mundo
definidas entre as minhas
e as tuas mãos
artistas soltos no seu prazer
de criar amor com o toque
sob a chuva lenta
dos nossos olhares
entrecruzamo-nos nas linhas do próprio TEMPO
deitamo-nos no peito da Teia
de onde não saímos
ora presos ora soltos
com as chaves em ambas as mãos Danço ao sabor do teu desejo
e aconchego-me
em cada canto do teu corpo trago assim a alma incendiada
pelo sopro dos anjos
anunciam as tempestades
de rendas soltas e algodão
finas redes que me prendem o olharao encontro do teu
enfeitiço o teu coração
com fitas de palavras em seu redor
costuro-o a fogo e beijos
e ofereço-te no final.o meu já é o teu

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

ESSE CHEIRO A FLORES...

Ó vida, um sopro mágico no vazio,
Um esboço singelo num beijar frio,
Um quente esvoaçar de quereres,
Uma feia imposição de poderes…

E é, seres assim, rara e singular,
E assim desdenhares, duvidosa, o meu olhar,
Me envolveres, serena, numa vontade rasgada,
De te agarrar, numa reticência difamada!

Assim… seres calma e controversa,
Seres um misturar de pura e perversa
Seres um antagonismo de mistério!

E assim, trazeres ingrata no final,
Esse tão delicioso mal,
O cheiro a flores… o cemitério!

Elsa Sofia dos Santos Reis


xxx
Um muito obrigado à Elsa, uma das talentosas leitoras da Oficina de Poesia, realizada na Escola Secundária de Ourém, por ter enviado este e outro poemas; ambos muito bonitos, muito fortes, com a raiva da vida a vencer o desalinho da mesma. Continua, Elsa. Parabéns!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

OFICINA DE POESIA EM OURÉM...e ENCRUZILHADA!

"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. "
Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Nesta segunda feira passada, 10 de Dezembro, assinalou-se o 59º aniversário da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Muitos deram conta desta data, outros nem por isso. Contudo, a Escola Secundária de Ourém, não deixou esta data em branco. A Equipa da Biblioteca Escolar associou-a a uma Oficina de Poesia cuja temática era a Vida, logo, podendo-se, muito facilmente, "passar" pela referência a este momento histórico. De palavra em palavra, de folha em folha, de livros em livros, de presença em presença se fez esta Oficina. A Carmen Zita e Eu fomos gentilmente convidadas a animar esta sessão, dividida em duas partes: uma primeira para turmas do 2º e 3º ciclos e outra para um grupo de alunos do secundário.
Partilhamos a Poesia, desde a própria noção "oficial" que dela existe àquela que vive, gritantemente, dentro de cada um de nós. Vestimo-la e despimo-la de significados; percorremos os seus caminhos e cortamos atalhos. Experimentamos escutar a poesia escrita por nós na voz dos outros (um agradecimento especial àqueles alunos que enfrentando receios e timidez, emprestaram as suas vozes às nossas palavras: Paulinha; Elsa; Inês; Salomé, entre outros) e chegamos à conclusão sentida que, de facto, tudo o que se escreve a partir do momento em que se liberta de nós e faz rumo até outros "portos", passa a fazer parte dos outros, é dos outros e de todos aqueles que vestem as palavras no momento. Deixa de ser do "dito" autor.
Escutamos José Régio, em jeito de escolha da Salomé, do 7º ano: "Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces (...)" e nós fomos por ali fora...seguimos a voz da Salomé, encontramos o Régio pelo caminho até chegarmos bem ao fundo das nossas almas!
Exemplificamos como é acompanhar o processo de elaboração de um livro, com a experiência do nosso caso: desde a ideia do seu conteúdo ao próprio momento de concretização na gráfica (escolha do papel, paginação, acompanhamento das ilustrações...) até chegar ao seu aspecto final. Foi assim que aconteceu com o nosso:"Riscos que ficaram no tempo/ Jogo de Espelhos", o nosso primeiro livro de poesia, de 2003.
Cada uma das sessões foi finalizada com a parte prática da dita Oficina. Distribuímos uma série de fichas com algumas propostas de exercícios poéticos, do género Letra Imposta; Palavra puxa Palavra; Conclusão Intuitiva de Poema Original; Acrósticos; Objectos diferentes associados a espaços que não os seus; entre outros. Resultaram em exercícios bem interessantes. Basta mexer um pouco nas ideias destes jovens que estas "levantam fervura" e vêm ao de cima (neste caso, ao papel), entre confissões, poemas de amor, recordações, comparações, desejos e emoções e muitos acabam por descobrir que a poesia até pode ser uma coisa engraçada, leve, bem expressiva e bonita. Assim o deixaram expresso quando assinaram o nosso "Livro de Honra", que nos acompanha em cada sessão prática ou de apresentações de livros! Aí coleccionamos a letra desenhada e as opiniões dos que nos acompanharam em diversos momentos.

Foi uma tarde agradável em terras de Ourém. Numa escola simpática (que já tinha sido a escola por onde passara a Carmen, enquanto aluna!), com miúdos engraçados e dinâmicos, e com os amigos de sempre.
Muito obrigado pelo vosso convite.

E como estamos a falar aqui da Oficina de Poesia, aproveito para tentar dar resposta ao desafio que me foi lançado pela sombras, pela cleo e pela mel, há algum tempo: Encruzilhada. Pois este desafio tem apenas como regra: "Compôr um post em prosa/conto ou poesia com os títulos dos últimos 10 posts, usando outras palavras, pelo meio, para dar sentido ao todo."

O meu caso foi extremamente difícil. Assim, tive que contornar um pouco a regra em alguns casos (com traduções do inglês, escolha das primeiras frases nos casos sem título...) e o texto que me saiu aqui fica para vossa resposta:

Vejo no reflexo dos teus fragmentos

Todas as pessoas que por ti passaram

Que em ti se abandonaram

Como estrelas que se deitam, docilmente, no manto da noite.
Somos o resultado de uma eterna soma:
Eu e Tu e Todos os Outros que Conhecemos.
Mas
não é hoje.
Nem será amanhã
Que se entenderá a natura da alma.
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás.
Dizem.
O que abandonas acaba por restar.
Eu entro no teu labirinto
E seguro a tua alma como se fosse o Fio da Ariana
Aquele que me leva a sair da tua escuridão.
Ao mesmo tempo
Aquele que nos liga
A uma pessoa que conhecemos desde sempre.
E de elo em elo, escondido entre as dobras dos nossos corpos,
Vamos fazer um pacto.
Para além do de sangue...
O da eternidade.
De uma Eva sem pecado.
De um Adão sem fraquezas.
Restando apenas
A pura felicidade.
Assim,
Qual é o fruto apetecido?

Agora, outra das regras diz que tenho e escolher dez vítimas, perdão, dez eleitos que darão (ou não!) continuidade a esta cadeia de escrita. Muitas das pessoas que eu poderia "nomear" sei que já o foram portanto vou tentar designar outros que ainda não tenham sido desafiados. Aqui ficam os "convites":
Entretanto, a Teia já andou a "espiar" os desafiados que responderam. Podem ver as excelentes ENCRUZILHADAS aqui:

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

QUAL É O FRUTO APETECIDO?

Como fruto apetecido.
Despertando a inveja de deuses imortais e esquecidos; alojados nas teias vorazes do Tempo. A eternidade não lhes sabendo a nada. Ausentando-se do sabor do significado: “novidade”. O sangue que lhes corre nas veias, envelhecido, em folhas amarelas, levadas para um canto da memória. Ao compasso de menos de que um bater do coração. De um século comprimido no relâmpago de um segundo.
Não lhes rezam palavras. Não lhes agradecem dádivas nem lhes pedem mais nada. O seu esquecimento é o castigo maior do que o dito fruto apetecido. O esquecimento é o meio termo perdido entre a Vida e a Morte. E sem os passos dos outros, nem para a frente nem para trás, se movem estes deuses.
Perseguindo as suas próprias sombras sem o saber.
Confiando no rosto que esperam surgir por entre as brumas dos sonhos. O sorriso que espreita por detrás de cada acto falhado que deitaram por terra…acena-lhes um pequeno demónio: o seu. Uma madrasta qualquer que mata, continuadamente cada renascer do coração. Das cinzas nem Fénix nem mundo novo. A inconsciência de que são o seu próprio maior inimigo faz deles a sua própria maior vítima. O frio que espreita por detrás do calor promete a queda da batalha. A derrota de mais um dia a menos do que nunca acaba.
Tentam vender os sonhos numa cesta enfeitada a troco de nada…apenas de alguém que os veja, de alguém que lhes pegue e de alguém que os alimente. Que prove o seu doce sabor amargo, conforme a dentada.
Choram o fruto apetecido. Aquele que vêem nas árvores dos outros. Sem ser necessária qualquer serpente que lhes tente a expulsão desta prisão, dourada a glórias passadas e a pó. Aquele fruto que cai nas mãos dos outros e que os torna humanos. Baptizados a imperfeição e a termo certo. Com coração e alma acabados. Vida e Morte. Por isso, desejados.
Fingem-se inspiração de espectrais livros santos, escritos a fogo e a sangue, no entanto caem como os anos que se sacodem dos nossos corpos…sem mais nem menos. Sentindo o corpo como a prisão. A alma como o guarda. O desejo como a chave. A morte como a porta. Sem ninguém para a abrir.
Quais deuses?!
Aqueles que já se esqueceram. Sem nem Culto. Sem Reino nem Piedade.
Sem fruto apetecido.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

REFLEXO

Seduzo-te, retribuindo a imagem que não é a tua.
Visto-te da mais fina e desejada beleza que se vê de dentro para fora.
Olhas-me as palavras que só consigo esboçar através dos reflexos.
Missão cumprida: és aquilo que queres que desejem que sejas.


O outro ser social que se recorta das páginas do dia-a-dia, colando-se a situações sucessivas que, somadas, empatam as horas. Sabe a medo saber o tempo que passa. Por isso, todos os dias usam-se os olhos dos outros como os espelhos que lisonjeiam e seduzem as nossas imagens. Porém, os olhos dos outros reflectem palavras e acções. Os espelhos reflectem o ser imutável dentro da própria contagem decrescente para a nossa última etapa.
Por isso, enganam o espelho. Não o conseguindo, ganham 7 anos de azar…

Acabam por parti-lo.

sábado, 1 de dezembro de 2007

FRAGMENTOS

Não sei se já acordei.
Escondo-me do olhar do espelho que me assusta. Não me reflecte para além do escuro que me habita frequentemente. E se o olho, também, envelheço nessa imagem que se me apresenta. Os dias pesam ao canto dos olhos e o sorriso dos mesmos desliza, sinuosamente, como máscara estranha que cai, perante um acto terminado. O palco dos sonhos fica para outra história, onde as personagens sejam outras que não eu. Em que a outra face dada não seja a minha e em que os pés que caminham sobre as águas não sejam estes que se arrastam pelos pântanos. Para além de que estas águas são frias. Profundas. Traiçoeiras. Desdenhosas.
Trago da noite o sussurrar lento de mil asas de anjos perdidos que passam, apenas, por mim, numa auto-estrada até ao Inferno. Tentam resgatar aquela imagem que não sabe se já acordou. Estátua de sal ou mulher que olha para trás: a sua dura e eterna prova será nunca confiar em si mesma.
E se estava escuro, mesmo assim, o espelho procurava-a. Oferecendo-lhe a mão que apenas era sua, sem presentes nem passado, sem lugar onde se recolher. Os seus lábios, frios, soletravam, sem voz, o que eu escutava dentro de mim. Traçavam desenhos de sentido nas paredes embaciadas da minha mente.
Deixei os seus dedos tocarem-me. Aniquilarem-me, sem nexo, porque sentia, também, a sua extrema doçura.
- A morte sabe tão bem…também…

- Tu sabes melhor do que eu…vive-la todos os dias. Deixa-me tocar-te. Para além desta pele, destes dedos, destes ossos. Para além do que possas sentir. Deixa-me adormecer a tua dor, suavizar a tua alma. Tomar-te como a sombra do meu corpo, sendo o meu próprio corpo. Anestesiar-te com a indiferença.

- Serei, somente, o que restar de mim mesma?

- Não serás menos do que restas agora.
Tirei-lhe a mão, suavemente, da minha mente e não aceitei. Não por medo. Apenas por qualquer coisa. A apatia que me corre nas veias bombeia-me em estados sucessivos de indecisão e de projectos adiados. Encosto a face ao espelho e com a outra mão faço estilhaços imunes à dor de qualquer dia ensolarado. Mil estrelas de vidro e de gelo baptizam-me como lágrimas desmanchadas. Rastos brilhantes tatuando a pele a gelo ácido. A aranha que corre, atrás da perda, costurando as feridas com fios de esperança, não vence a letargia sonâmbula que cicatriza ainda mais profundamente.
Fogem fantasmas de mim mesma por entre as novas feridas e poros dementes e, de facto, quando arrisco um novo olhar ao espelho…já nem ele me olha: não resta nada.

- Acorda…acorda

Agora sei que acordei.