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domingo, 1 de março de 2009

3º Dia de Fuga ao Carnaval!

Depois de mais uma noite bem dormida e de um acordar ainda melhor, à sonância de vários pássaros e a sentir os mornos raios de sol a entrar pela janela do quarto, muito cedo nos dirigimos em direcção á fronteira com a Galiza, pois este iria ser um dia muito agitado em termos de Quilómetros.
A primeira paragem foi em Arcos de Valdevez, que fica num vale atravessado pelo rio Vez e reúne as características da paisagem minhota: cenários verdejantes e um património arquitectónico onde sobressai a construção à base de pedra.

Subindo em direcção à fronteira parámos na cidade fortificada de Monção na margem do rio Minho, cenário de muitas batalhas entre os reinos de Portugal e de Castela.


Antes de entrar em território Galego ainda tivemos tempo para visitar alguns locais que antecipadamente planeamos. Embora ainda tivessemos perdido imenso tempo num engarrafamento “animal”, em direcção ao castro de São Caetano.

Tal como sucede nos demais povoados fortificados construídos durante a Idade do Ferro no Noroeste peninsular, o "Castro de São Caetano" ergue-se de forma destacada no cume de uma colina sobranceira ao rib.º de Silvas, no "Lugar de Outeiro", de onde se avista um largo tramo do rio Minho.

O local está muito pouco explorado, apenas com uma pequena área de escavação mesmo ao lado da capela de São Caetano.


Não muito longe deste castro podemos também visitar o castro da nossa Senhora da Assunção. No topo do Monte da Assunção o visitante pode apreciar a paisagem sobre o vale do rio Minho, a Norte, e do rio Mouro, a Este. Pode também observar outros castros como o da Sra. da Graça, Sra. da Vista e mesmo S. Caetano, que no seu conjunto controlavam o curso do Rio Minho e dos seus principais afluentes. É importante referir que neste local foi feito um hiato na viagem para almoçar…e que almoço com esta paisagem. Mais uma vez um local devotado ao abandono, com a vegetação a cobrir as ruínas e de novo outra igreja e cruzeiros a tentar “santificar” nesciamente um local de forte presença pagã.


Como ainda nos restava algum tempo, decidimos visitar a aldeia quase perdida na serra da Peneda, Castro Laboreiro, particularmente o seu castelo que foi mandado edificar por D. Dinis e infelizmente, arruinado e parcialmente desmontado no século XIX. Mas mesmo assim vale a pena a sua visita. Não podemos esquecer de mencionar o cheirinho a comida da boa que povoava a aldeia, em especial o pão de broa de milho a chamar a atenção.


Com o sol em direcção descendente fomos então ao território Galego. As coincidências que existem entre este território autónomo de Espanha e o Norte de Portugal, não nos surpreendem devido, essencialmente, às afinidades culturais e linguísticas. De facto não se verifica qualquer diferença, entre os tradicionalismos galaico e luso, sobretudo na zona minhota, que fazia parte da Galécia Romana. A direcção da viagem era o monumental Castro de San Cibrao De Las, em San Amaro, perto da cidade de Ourense.
Implatado num ligar dominante, este castro é representativo dos grandes povoados da ultima fase da cultura castreja. Foi iniciado a sua construção do primeiro sec. I A.C. e abandonado no sec II D.C. Nesta etapa alguns castros alcançaram um enorme desenvolvimento urbanístico com a chegado dos romanos, de tal modo que muitos eram uma espécie de cidade e de lugares centrais de um lugar amplo (qualidade de distrito).

Um desses lugares centrais era A Cidade de San Cibrao de Lás, conhecida nesse tempo como Lansbricae. Esta informação foi encontrada por arqueólogos numa ara romana e assim era conhecido o nome deste enorme assentamento. Existe também um outro pormenor curioso neste castro, segundo vários autores existe gravado numa pedra algures no castro uma inscrição clara e concisa: IOVI, que faz sem duvida referência ao Deus greco-romano Júpiter, quem se dedicou a construção deste monumento grandioso. Mas infelizmente a procura dessa tal inscrição não deu bons resultados…fica para uma próxima tentativa, e com o Sol a esconder-se por detrás da montanha, estava na hora de regressar a Portugal.

6 comentários:

Teté disse...

Além de tudo o mais, tenho a dizer-vos que as vossas fotos estão fantásticas, tornando a "reportagem" bem mais vivida...

A última foto, também tem muita piada! :)

Beijocas a ambos!

Matchbox32 disse...

Agora já sei o que fazer da próxima vez que houver Carnaval! Em vez de me esconder e esperar que passe, vou passear por esse Portugal escondido...

Beijinhos!

Unknown disse...

Olaaaa!!!
Antes de mais deixa-me dizer-te q estiveste em sitios lindissimos, alguns dos quais já tive qnd era pequena e ourense tive ha 4 anos...adorei!!! ;D

Quanto as minhas mentiras:

Tenho 3 telm
detesto chocolate
estou no ultimo ano da faculdade

pois é, aqui estão elas...até q n estiveste mal...rsrsrs.

Ainda bem que gostaste da carteira...e fico mt contente q eles consigam vender o q lhes ofereço!!!! ;o)

Beijinho mtmt gnd e boa semana********

susemad disse...

Por estas paragens ainda não andei. Obrigada pela vossa partilha e as fotos estão fabulosas. Inspiram mesmo passeio.

carteiro disse...

Lindíssimos, o passeio e as imagens.

Temos tantos cantos bons para apreciar e, principalmente, para onde fugir :)

Beijinhos.

Porcelain disse...

Eheheheh, gosto de viajar assim também... tudo isto que referes são sítios que nunca visitei... muuuito interessante... por acaso nunca fomos muito nas rotas arqueológicas, mas acho que é daquelas coisas que há-de vir na altura certa... :-))

Eu não queria fugir ao Carnaval!! Queria mascarar-meee!! Mas poça, só gosto de andar mascarada junto com outros que gostem de fazer figuras tristes como eu e este ano, ninguém estava com espírito... :-((

Estouu muito tristeee...