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sábado, 26 de setembro de 2009

...momento musical...pausa nas férias...

...sei que às vezes começo as coisas cansada e sei que as coisas, muitas vezes, cansam...
...sinto que o dia mesmo que acabe dentro de nós, lá fora segue e soma, morre e nasce, todas as vezes que o Homem deixar...
...não sou uma criança nem um Deus Todo-Poderoso, mas cá dentro sou a Arquitecta Maior dos eternos castelos de areia que se desmancham em ondas de lágrimas...
...o coração é uma máquina solitária que muitas vezes bate por dois, em dois, sem dois...com dor, só dor, a sangue-frio...
... e a alma consome-se em lume brando, mexendo muito devagar para não agarrar ao fundo do corpo...


Tomem bem atenção a este clip dos Coldplay! Simples e genial!

domingo, 6 de setembro de 2009

Hollydays - 3º e 4º dias!

Impregnando-se nas mágicas terras galegas iniciámos mais um dia a visitar o impressionante complexo Dunar de Corrubedo. Pela acção do vento, podemos visualizar uma grande duna móvel, com cerca de 1 km de longitude, 250m de largura e 15 m de altura. Esta, impulsionada pelo vento, avança para NE num movimento lento e constante.
Não muito longe de Corrubedo, a paragem foi obrigatória no inefável Castro Barona.

Este local não é apenas um “santuário” para os amantes dos resquícios deixados pelos povos Celtas, mas também pela sua localização. Implantado numa ponta marítima, o castro possui um sistema defensivo natural, criando uma atmosfera indescritível. É fácil de entender que os habitantes deste castro se dedicavam à exploração dos recursos marinhos, sendo a sua datação do século IV a.C. – I d.c.

É fácil de entender que os habitantes deste castro se dedicavam à exploração dos recursos marinhos, sendo a sua datação do século IV a.C. – I d.C. Mas o que nos mais impressiona é quando nos sentamos nas escarpas defensivas do castro a ouvir o som ecoar das ondas a bater nesta mulhara natural e a imaginar que temos o mundo aos nossos pés...uma visão inesquecível.

Partindo do castro Barona, seguimos rumo a Santiago de Compostela, um local que estava prometido há muito tempo para o pessoal. A primeira impressão é de uma cidade muito confusa com o trânsito, especialmente próximo do centro histórico, sendo a corrida aos parques de estacionamento subterrâneos uma loucura, muito parecido quando os “tugas” vão aos fim-de-semana aos centro comerciais, dar a volta “saloia”. Deixando este pequeno problema, dirigimo-nos para o centro histórico.

A sensação de percorrer as ruas de Santiago é de uma cidade muito agitada, com muito turista, e de facto é fácil rendermo-nos à beleza inicial da cidade. Santiago de Compostela é um local de peregrinação, foi e é cruzado por gente de várias proveniências, o que lhe deu o carácter cosmopolita que ainda hoje mantém. A importância que adquiriu noutras épocas foi muito bem preservada.

Recomenda-se visitar a praça do Obradoiro. Uma das mais bonitas do mundo. No centro uma concha marca o km 0 de todas as rotas jacobeias, local onde todos os peregrinos se juntam antes de visitar a catedral. A grande desilusão de Santiago foi no interior da catedral, não pela sua esmagadora beleza, mas pelo número de pessoas, e o ruído era tal, que mais parecia uma feira. Embora em pano de fundo se conseguisse ouvir uma voz gravada, que falava três línguas, a pedir silencio no interior da catedral, mas era escusado. Este é um sinal de como o turismo “selvagem”permite à igreja e à própria cidade angariar muito lucro, sobrepondo-se a um local sagrado.

Em Santiago se tiverem fome e não tiverem dinheiro no bolso, recomenda-se a rua de San Francisco. Desde o início ao fim da rua existem várias lojas que vendem e promovem artigos típicos da doçaria, queijaria e licores da Galiza, em especial a deliciosa tarte de Santiago. Na porta de cada loja é oferecido, em especial aos transeuntes, amostras dessa doçaria Galega. Depois de percorrer a rua, praticamente tínhamos jantado.
Na cidade é importante referir a praça da Quintana que impressiona pelo espaço aberto e pela austeridade das paredes quase nuas dos edifícios que a compõem. Funciona como o pátio traseiro da imponente catedral e está dividida na Quintana dos Mortos, onde se encontra a Porta Santa e, em cima, a Quintana dos Vivos, com uma enorme escadaria que permite a realização de espectáculos ao ar livre.

Como a visita a Santiago de Compostela demora várias horas, este dia termina por aqui…mas é provável que uma nova visita se justifique para tentar percorrer a catedral com mais calma…e menos multidão.

No dia seguinte, decidimos acordar um pouco mais tarde visto que o percurso era curto. A direcção inicial foi o Lindoso, onde encontrámos delícias oferecidas pela natureza e moldadas gentilmente por fadas e duendes.

O destino neste dia era Castro Laboreiro mas decidimos penetrar um pouco na Galiza e visitar um antigo acampamento romano de Aquis Querquennis. Na antiguidade estava à beira da Via XVIII ou Via Nova entre Brácara (Braga) e Ásturica (Astorga). Possivelmente foi construído para a vigiar. Data-se entre o início da dinastia Flávia (69-96 d.C.) e o reinado de Antonino Pio (138-161 d.C.) A unidade que o ocupava era a “ Cohors I Gallica”, destacamento misto de infantaria a cavalaria.
O elemento de principal interesse é que metade do ano este acampamento encontra -se debaixo de água, apenas é possível a sua visita nas alturas mais secas, devido à construção de uma barragem que criou uma albufeira, submergindo por completo o acampamento.

Chegados a Castro Laboreiro, iniciámos a preparação para uma subida ao castelo; sinceramente não é fácil, mas chegados ao topo, todo o esforço é recompensado pela magia do campo de visão e pelo próprio local.

Na descida, já na aldeia, ainda parámos na única pastelaria existente em Castro Laboreiro para recuperar as forças e, ao mesmo tempo, a contemplar um cartaz a anunciar o melhor bacalhau com broa do mundo à porta da estalagem, mas ainda não eram horas de jantar. Fica para a próxima.

Na volta, em direcção a casa, ainda parámos na nossa Senhora da Peneda e no núcleo de antas do Mezio. Um conjunto representativo das tumulações pré-históricas sob montículo artificial ou mamoa, no concelho de Arcos de Valdevez.