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sábado, 28 de julho de 2012

?

ultrapassei os alicerces da vida e perdi-me em casa
onde habitavam vislumbres de arco-íris com finais felizes
reina o crepúsculo das últimas flores de enxofre
respirando o corpo intocável do medo
essa casa desfaz-se como uma catedral de loucura
em que todas as horas mantêm-se iguais
ao mesmo tempo que ignoro onde estou
por vezes, a memória doutros dias chega-me de imagens fixas
e desejo que a vida germinasse de repente
no zénite da noite
sorrateira e delirante
de modo a que todas as imagens se tornassem meros resíduos
visões longínquas de uma qualquer catástrofe
no entanto o que me segreda ao ouvido
é o quanto esta solidão está intacta
e a memória não me falha
quando corro os dedos sobre a lâmina de vidro quebrado
descolorido e assustado
pela precariedade da alegria
a paixão pelo sangue
e a sua fertilidade deste lado
e sinto que nada aprendi
enquanto tudo perdia
são estes os meus ofegantes momentos
enquanto a respiração sufocada da cidade
ataca a febre que começou em mim

domingo, 22 de julho de 2012

O Homem que caminha sozinho, quando desce ao inferno, encontra as várias salas, por onde passa, que sustêm outras vidas, acontecendo alienadas a essa mesma passagem.
O Homem entra num labirinto e essas salas passam a ser portas fechadas que limitam o dito caminho entre as meadas do inconsciente. Parece que conduzem. A estrada, que se faz andando, torna-o cego na sua demanda, porém pontual no seu passo. Não desiste porque o fogo que o alimenta é mais forte que o fogo desse inferno, cujas labaredas ardem negras no veludo da escuridão.
Mesmo no escuro, e nas noites sem fim, o seu sorriso triste acende-lhe a solidão das portas fechadas e ele deseja mais. O encontro consigo mesmo está marcado. Apenas não se recorda do seu verdadeiro rosto.
Foram muitas as máscaras que usou...foram muitas as vidas que não chegou a viver.
Mas o seu passo continua marcado. 
Atrás dele, sem o saber, as portas foram abrindo-se lentamente...quem o procura espera-o no seu regresso.

sábado, 14 de julho de 2012

THE FINAL CUT - PINK FLOYD



"Through the fish-eyed lens of tear stained eyes 
I can barely define the shape of this moment in time
And far from flying high in clear blue skies
I'm spiraling down to the hole in the ground where I hide.

If you negotiate the minefield in the drive
And beat the dogs and cheat the cold electronic eyes
And if you make it past the shotgun in the hall,
Dial the combination, open the priest hole
And if I'm in I'll tell you what's behind the wall.

There's a kid who had a big hallucination
Making love to girls in magazines.
He wonders if you're sleeping with your new found faith.
Could anybody love him
Or is it just a crazy dream?

And if I show you my dark side
Will you still hold me tonight?
And if I open my heart to you
And show you my weak side
What would you do?
Would you sell your story to Rolling Stone?
Would you take the children away
And leave me alone?
And smile in reassurance
As you whisper down the phone?
Would you send me packing?
Or would you take me home?

Thought I oughta bare my naked feelings,
Thought I oughta tear the curtain down.
I held the blade in trembling hands
Prepared to make it but just then the phone rang
I never had the nerve to make the final cut."

"Hello? Listen, I think I've got it. Okay, listen its a HaHa!"