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domingo, 21 de julho de 2013

Não vemos, não sentimos, não queremos ou só queremos, não pensamos, desejamos, outras vezes sentimos, escadas abaixo do alto da alma que se encosta no segundo andar de um corpo já por si em queda permanente.
Não compreendemos, não aceitamos, não renovamos, matamos, outras vezes ressuscitamos, coração aberto e alado fora desse corpo que já caiu entretanto.
Ninguém vê, ninguém aceita, ninguém compreende. Átomo contra átomo apenas. Caos depois da ordem. Colisão após colisão. Acasos da vida. Escadas acima e escadas abaixo. Corpos caídos do alto da alma. E há alguém que pensa que deus vê. Há alguém que pensa que deus tem olhos, tem boca, tem palavras, tem emoções, tem dedo castigador. 
Eu penso que os olhos são nossos, a boca é nossa, as palavras são nossas, as emoções são nossas e o dedo que se aponta também é nosso.
Somos o carrossel que parte do final no eterno retorno de um indivíduo que quer acreditar em alguma coisa para fugir da sua culpa.

terça-feira, 16 de julho de 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Às vezes esqueço a alma em casa
E deixo o corpo sair à rua
Não dando conta do real tamanho da solidão
De todos os outros corpos sem almas
Pois estas costumam deixar-se em casa
Fechadas, sozinhas, quase abandonadas
Porque o tempo lá fora é de assalto à mão armada
Em busca de outras almas maiores
É que há um Banco Internacional onde estas se guardam 
E que mais parece ser uma prisão
Cada corpo que lhe aparece
Raramente costuma servir
Nada feito. É sempre assim
Corpo sem alma. Alma sem corpo.
Não há possibilidade de negócio
Não há solução de encontro
E eu que às vezes esqueço a alma em casa
Deixo o corpo massificar-se com os outros 
Gosto de parecer mais um qualquer
Gosto de não sentir o que quer que seja
Gosto de não antecipar o momento e a esperança
Gosto de esperar a dose e a medida
Que vão certas neste cesto de ilusões
A vida é uma maça envenenada
Com uma doce mordida no final.