Era uma vez, há muitos anos atrás, muitos mesmos, um certo povo que se caracterizava por uma partilha cultural comum que prescindia da escrita. As suas tradições e sabedoria eram herdadas através do oral. Ora bem, amanhã seria para eles o último dia do ano do seu calendário. Mais uma época de reflexão e de balanço. Se o céu e a terra se tocavam, os mundos dos vivos e dos mortos também o faziam. E se para uns era algo de bem-vindo para outros não tanto.
O Samhain era celebrado, assim, de acordo com a perspectiva de cada: ou com pratos de leite, frutas e cereais à porta, com mais um lugar extra à mesa das refeições, recebendo desta forma os seus entes queridos já finados; ou em celebrações às luzes das labaredas das fogueiras, em ritos que agora nos parecem estranhos, fazendo uso das máscaras e da voz para lançar gritos estridentes, tentava-se afastar os mortos.
Fosse qual fosse o objectivo, celebrava-se uma comunhão que pretendia aspirar um equilíbrio perfeito entre estes dois mundos ou entre as energias que circulam com alguma tensão nestes momentos mais especiais.

She opens Her arms, in a welcoming embrace,
We feel around us the flow of love,
That speaks from inside our soul,
Blessed Daughters of My Heart,
I hear your prayers from afar.
And that is why I came tonight!
And you, Loved Ones, shall open the way,
Singing my name as the ancient bards,
I am Cerridwenn!"




























