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domingo, 26 de dezembro de 2010

...quase que sei que nunca soube nada desde que nasci... ...quase que sei que o mundo está virado às avessas e que muitas vezes caminhamos com as mãos e andamos verdadeiramente no mundo da lua...
...quase que sei que agora desabriguei-me de mim mesma e que o mundo lá de fora, assim como o de cá de dentro, ambos se entrecruzam e me fazem auto-expulsar dos seus movimentos de rotação......quase que sei que não sou eu quem escreve, contudo, quase que sei que sou eu a mão que acelera e a mão que trava, ao mesmo tempo......quase que sei que existem anjos e demónios em simultâneo e quase que sei qual deles é que vence a batalha...


domingo, 19 de dezembro de 2010

...vou escrever-te uma carta a dizer-te tudo aquilo que não sei e que nunca soube porque à medida que for sentindo a matéria do papel sei que as palavras acabarão por me nascer de dentro para fora e mergulharão nos lagos de tinta negra nos quais mergulho os traços de alma, os poucos que ainda me restam e que ainda me sabem a alguma coisa...
...vou escolher as letras, as palavras, as frases, os parágrafos, o texto, em suma, e escolherei de dentro do cesto revolto da minha mente, como se escolhem os melhores frutos numa tarde de sol de um piquenique qualquer à beira-mar ou à beira-rio, sendo que a única água que corre é aquela que se deita sobre os leitos da Terra e não aquela que rasga a pele do rosto...
...vou desenhar nos cantos do papel, nos restos de espaço do papel, nos finais de linhas e entrelinhas, os momentos embrulhados em fitas-de-sonho que depositamos debaixo de uma antiga árvore de Natal num passado qualquer, e os quais desembrulhámos com sabor a promessas e a algodão-doce...
...vou escrever...
...e depois vou rasgar...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

...houvesse mais dias assim e houvesse mais chuva e mais chapéus que servissem às lágrimas de todas as gentes e se tal ditasse o Inverno seria a estação do ano mais longa por excelência..."hoje" é Inverno...

domingo, 5 de dezembro de 2010

TEATRO EM ALMADA: O Luto vai bem com Electra, de Eugene O´Neill

O ciclo de três peças O luto vai bem com Electra (Mourning becomes Electra, 1931) de Eugene O’Neill regressa a um palco português, 67 após a sua estreia no Teatro Nacional D. Maria II – sob o título de Electra e os fantasmas –, onde foi encenada por Robles Monteiro, sobre tradução de Henrique Galvão. Numa nova produção da CTA (em Almada), Rogério de Carvalho dirige Regresso a Casa (Homecoming); Os Caçados (The hunted); e Os Assombrados (The haunted), partindo de uma nova tradução, encomendada a Helena Barbas. Esta trilogia compõe, assim, esta peça de quase 4horas em que o espectador vibra sobretudo com as emoções tão bem transmitidas pelo excelente desempenho dos actores. "Com esta trilogia, o dramaturgo norte-americano desejou que os seus compatriotas experimentassem – literal, formal e esteticamente –, a imensidão da tragédia, renovando a expectativa do público da Atenas do século V a.C, quando assistia nos festivais dionisíacos a grupos de três tragédias.
Inspirando-se na Oresteia, de Ésquilo – trilogia constituída pelas peças Agamémnon, Coéforas e Euménides –, O’Neill situa a acção no final da Guerra da Secessão, em 1865, quando o general vencedor Erza Mannon regressa a casa, na região da Nova Inglaterra (emblema da América genuína, por aí se terem estabelecido os Pilgrim Fathers no século XVII). Tal como Agamémnon, Erza é a primeira vítima da corrupção profunda da família, que se autodestrói pelo crime. Ora, onde Ésquilo buscara um horizonte ético e político onde a lei triunfa sobre a vingança, O’Neill desenha a atmosfera malsã do inconsciente insuspeito e indomável que hipoteca no homem a liberdade de perseguir o bem."


"Não sou obrigada a ir para longe - agora já não Seth. Estou amarrada aqui - aos Mannon mortos!" (fala de Lavínia)

Ficha Técnica:
Encenação: Rogério de CARVALHO
Tradução: Helena BARBAS
Cenário: José Manuel CASTANHEIRA
Figurinos: Mariana Sá NOGUEIRA e Patrícia RAPOSO
Assistente de Figurinos: Miguel MORAZZO
Luzes: José Carlos NASCIMENTO
Sonoplastia: Guilherme FRAZAO
Intérpretes: André ALBUQUERQUE, Bernardo ALMEIDA, Celestino SILVA, Laura BARBEIRO, Marques D 'AREDE, Miguel MARTINS, Paulo GUERREIRO, São José CORREIA, Sofia CORREIA, Teresa GAFEIRA

1 a 19 DEZEMBRO 2010
Qua e Sáb às 21h30 e Dom às 16h
Duração:cerca de 04h00m M/12


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O AMERICANO


Ontem fomos ver O AMERICANO em Itália...ou num cinema qualquer perto de si. O AMERICANO é uma realização de Anton Corbijn, um fotógrafo e cineasta neerlândes, que costuma trabalhar com os Depeche Mode, em termos de imagem. Também realizou o filme CONTROL.

Este filme relata a história de um assassino profissional (George Clooney...what else!) que se refugia numa pequena cidade italiana, à espera que o chamem para a sua última missão. Observando a vida dos outros, esta personagem apercebe-se que viveu uma vida inteira sozinho e durante este processo de reflexão, alguns descuidos profissionais poderão colocar em perigo este seu último trabalho.

É uma história "simpática", com louvores, sobretudo para a imagem fotográfica do filme e para o trabalho da Natureza (e do Homem...há que dizê-lo!) que nos apresenta imagens lindas da bela Itália.