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domingo, 22 de julho de 2012

O Homem que caminha sozinho, quando desce ao inferno, encontra as várias salas, por onde passa, que sustêm outras vidas, acontecendo alienadas a essa mesma passagem.
O Homem entra num labirinto e essas salas passam a ser portas fechadas que limitam o dito caminho entre as meadas do inconsciente. Parece que conduzem. A estrada, que se faz andando, torna-o cego na sua demanda, porém pontual no seu passo. Não desiste porque o fogo que o alimenta é mais forte que o fogo desse inferno, cujas labaredas ardem negras no veludo da escuridão.
Mesmo no escuro, e nas noites sem fim, o seu sorriso triste acende-lhe a solidão das portas fechadas e ele deseja mais. O encontro consigo mesmo está marcado. Apenas não se recorda do seu verdadeiro rosto.
Foram muitas as máscaras que usou...foram muitas as vidas que não chegou a viver.
Mas o seu passo continua marcado. 
Atrás dele, sem o saber, as portas foram abrindo-se lentamente...quem o procura espera-o no seu regresso.

6 comentários:

Marcelo disse...

Isso é cruel.

Marcelo disse...

"Deste modo a cidade repete uma vida idêntica deslocando-se para cima e para baixo em seu tabuleiro vazio. Os habitantes voltam a recitar as mesmas cenas com atores diferentes, contam as mesmas anedotas com diferentes combinações de palavras; escancaram as bocas alternadamente com bocejos iguais. Única entre todas as cidades do império, Eutrópia permanece idêntica a si mesma."
(Italo Calvino / As cidades invisíveis)

Marcelo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Marcelo disse...

eliminado
removido
seleccionar uma identidade

Susana Júlio disse...

Eliminação da repetição (porque era uma repetição, apenas por isso) do segundo comentário que era este: "Deste modo a cidade repete uma vida idêntica deslocando-se para cima e para baixo em seu tabuleiro vazio. Os habitantes voltam a recitar as mesmas cenas com atores diferentes, contam as mesmas anedotas com diferentes combinações de palavras; escancaram as bocas alternadamente com bocejos iguais. Única entre todas as cidades do império, Eutrópia permanece idêntica a si mesma."
(Italo Calvino / As cidades invisíveis)

Marcelo disse...

Na verdade, foi apenas um pensamento-espasmo... Li essas palavras aqui no site... Elas chamaram a minha atenção... Essencialmente a frase: "seleccionar uma identidade"

(apenas isso)