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domingo, 6 de setembro de 2009

Hollydays - 3º e 4º dias!

Impregnando-se nas mágicas terras galegas iniciámos mais um dia a visitar o impressionante complexo Dunar de Corrubedo. Pela acção do vento, podemos visualizar uma grande duna móvel, com cerca de 1 km de longitude, 250m de largura e 15 m de altura. Esta, impulsionada pelo vento, avança para NE num movimento lento e constante.
Não muito longe de Corrubedo, a paragem foi obrigatória no inefável Castro Barona.

Este local não é apenas um “santuário” para os amantes dos resquícios deixados pelos povos Celtas, mas também pela sua localização. Implantado numa ponta marítima, o castro possui um sistema defensivo natural, criando uma atmosfera indescritível. É fácil de entender que os habitantes deste castro se dedicavam à exploração dos recursos marinhos, sendo a sua datação do século IV a.C. – I d.c.

É fácil de entender que os habitantes deste castro se dedicavam à exploração dos recursos marinhos, sendo a sua datação do século IV a.C. – I d.C. Mas o que nos mais impressiona é quando nos sentamos nas escarpas defensivas do castro a ouvir o som ecoar das ondas a bater nesta mulhara natural e a imaginar que temos o mundo aos nossos pés...uma visão inesquecível.

Partindo do castro Barona, seguimos rumo a Santiago de Compostela, um local que estava prometido há muito tempo para o pessoal. A primeira impressão é de uma cidade muito confusa com o trânsito, especialmente próximo do centro histórico, sendo a corrida aos parques de estacionamento subterrâneos uma loucura, muito parecido quando os “tugas” vão aos fim-de-semana aos centro comerciais, dar a volta “saloia”. Deixando este pequeno problema, dirigimo-nos para o centro histórico.

A sensação de percorrer as ruas de Santiago é de uma cidade muito agitada, com muito turista, e de facto é fácil rendermo-nos à beleza inicial da cidade. Santiago de Compostela é um local de peregrinação, foi e é cruzado por gente de várias proveniências, o que lhe deu o carácter cosmopolita que ainda hoje mantém. A importância que adquiriu noutras épocas foi muito bem preservada.

Recomenda-se visitar a praça do Obradoiro. Uma das mais bonitas do mundo. No centro uma concha marca o km 0 de todas as rotas jacobeias, local onde todos os peregrinos se juntam antes de visitar a catedral. A grande desilusão de Santiago foi no interior da catedral, não pela sua esmagadora beleza, mas pelo número de pessoas, e o ruído era tal, que mais parecia uma feira. Embora em pano de fundo se conseguisse ouvir uma voz gravada, que falava três línguas, a pedir silencio no interior da catedral, mas era escusado. Este é um sinal de como o turismo “selvagem”permite à igreja e à própria cidade angariar muito lucro, sobrepondo-se a um local sagrado.

Em Santiago se tiverem fome e não tiverem dinheiro no bolso, recomenda-se a rua de San Francisco. Desde o início ao fim da rua existem várias lojas que vendem e promovem artigos típicos da doçaria, queijaria e licores da Galiza, em especial a deliciosa tarte de Santiago. Na porta de cada loja é oferecido, em especial aos transeuntes, amostras dessa doçaria Galega. Depois de percorrer a rua, praticamente tínhamos jantado.
Na cidade é importante referir a praça da Quintana que impressiona pelo espaço aberto e pela austeridade das paredes quase nuas dos edifícios que a compõem. Funciona como o pátio traseiro da imponente catedral e está dividida na Quintana dos Mortos, onde se encontra a Porta Santa e, em cima, a Quintana dos Vivos, com uma enorme escadaria que permite a realização de espectáculos ao ar livre.

Como a visita a Santiago de Compostela demora várias horas, este dia termina por aqui…mas é provável que uma nova visita se justifique para tentar percorrer a catedral com mais calma…e menos multidão.

No dia seguinte, decidimos acordar um pouco mais tarde visto que o percurso era curto. A direcção inicial foi o Lindoso, onde encontrámos delícias oferecidas pela natureza e moldadas gentilmente por fadas e duendes.

O destino neste dia era Castro Laboreiro mas decidimos penetrar um pouco na Galiza e visitar um antigo acampamento romano de Aquis Querquennis. Na antiguidade estava à beira da Via XVIII ou Via Nova entre Brácara (Braga) e Ásturica (Astorga). Possivelmente foi construído para a vigiar. Data-se entre o início da dinastia Flávia (69-96 d.C.) e o reinado de Antonino Pio (138-161 d.C.) A unidade que o ocupava era a “ Cohors I Gallica”, destacamento misto de infantaria a cavalaria.
O elemento de principal interesse é que metade do ano este acampamento encontra -se debaixo de água, apenas é possível a sua visita nas alturas mais secas, devido à construção de uma barragem que criou uma albufeira, submergindo por completo o acampamento.

Chegados a Castro Laboreiro, iniciámos a preparação para uma subida ao castelo; sinceramente não é fácil, mas chegados ao topo, todo o esforço é recompensado pela magia do campo de visão e pelo próprio local.

Na descida, já na aldeia, ainda parámos na única pastelaria existente em Castro Laboreiro para recuperar as forças e, ao mesmo tempo, a contemplar um cartaz a anunciar o melhor bacalhau com broa do mundo à porta da estalagem, mas ainda não eram horas de jantar. Fica para a próxima.

Na volta, em direcção a casa, ainda parámos na nossa Senhora da Peneda e no núcleo de antas do Mezio. Um conjunto representativo das tumulações pré-históricas sob montículo artificial ou mamoa, no concelho de Arcos de Valdevez.


4 comentários:

Susana Júlio disse...

...e que saudades já se sente de cada vez que nos "deliciamos" com estas fotos e com estas palavras...são despertares que desatam os nós da memória e, de repente, já não estamos aqui mas sim a experienciar, de novo, aqueles momentos únicos.

Obrigado, meu taliesin, por este relato único e belo. Mais um momento...

Matchbox32 disse...

Definitivamente, logo que possa: Galiza!

Beijinhos!

Teté disse...

Um passeio recheado de belas paisagens naturais, de monumentos construídos pelo homem, num passado longínquo ou um pouco mais recente, iguarias culinárias de fazer crescer água na boca e, claro, lindas fotos para mais tarde recordar!

Nunca gostei de férias em Agosto, precisamente pelo excesso de pessoas que se encontram por todo o lado, muitas delas pouco civilizadas, como essas que se encontravam a fazer barulho na catedral! Enfim, mas às vezes não há oportunidade de gozar as férias noutra altura...

Beijinhos a ambos!

Carolina disse...

Obrigado, eu tambem adoro o norte, ja tenho ido muitas vezes ao geres e tenho contemplado as suas cascatas, mas a minha irma e o meu cunhado nao, por isso queria partilhar com eles a beleza deste pais. Galiza conheço algo, sempre foi dos meus destinos de sonho, mas castro barona nao conhecia, va ficar na minha agenda...