Baralhei todas as letras num saco de papel ao qual peguei fogo
e quando subiu aos céus era um dragão de artifício
De plumagens de chamas e de estrelas intensas
E de sonhos que explodiam ao som do trovão
Que nascia na caverna mais profunda da alma humana.
E quando as palavras se incendiaram ao virar de cada página
Tatuaram o rosto, a pele, o corpo e a alma
Numa eternidade sentida e acesa.
A memória não se esquece das labaredas.
As paredes do corpo são pilares de ruínas arcaicas
À sombra dos quais cresce uma alma retorcida.
Apoia-se na bengala como peso morto e acabado
Mas, por dentro,
Da larva nasce a borboleta que o corrói e ameaça:
A profecia da mudança e da novidade.
1 comentário:
Estás de volta ao teu melhor nível! ;-)
Beijinhos!
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