Juro que te vejo
Nos corredores cegos do meu corpo
Entre as esquinas da minha alma
Vendendo a luz da vida
A troco de mais alguns pregos na tua cruz.
Se eu cerrar os meus lábios
Se eu cerrar os meus lábiosJuro que mesmo assim falarei
Mas não rezarei mil histórias ao anoitecer
Para não perder a vida no dia que se segue
Para não perder a vida no dia que se segue
Pois se a morte se torna assim tão importante
Quem sabe a noite não seja realmente eterna?
Se eu não te escutar
Se eu não te escutarJuro que ouvirei outras vãs filosofias
Por entre os quatro cantos deste mundo e do outro
E a palavra que por mim for semeada
E a palavra que por mim for semeada
Apenas a colherei entre estas linhas e os meus actos
Como o mais sagrado pacto entre mim o Divino.
Se eu não te tocar
Se eu não te tocarJuro que, ainda assim, serei mais sensível
Deixando o manto da minha crença
Apagar a dor do teu corpo
E o sangue do teu rosto
Sentir-te-ei corpo de mim.
Se eu não sentir o teu aroma
Juro que te reconhecerei
Entre as estações elípticas da vida
Entre a chuva milenar das tuas lágrimas
Sobre a terra que pisamos
A tua presença pressente-se sempre no final.
E quando aprendermos a chegar ao fimComeçaremos a sacrificar o nosso passado.

2 comentários:
You're back! E ao melhor nível!
Beijinhos!
Magnífico, Su! Tanto o texto, como as imagens que o acompanham em perfeita sintonia com este "sem sentidos"...
Beijoca!
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