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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

OBITUÁRIO: LHASA DE SELA (1972-2010)

Folheava as páginas do Expresso, assim numa primeira tímida abordagem (antes de uma voraz leitura) quando encontro a notícia do falecimento desta diva da música: LHASA DE SELA. Tive uma espécie de baque...como se fosse uma daquelas coisas inesperadas que pensamos nunca vir a acontecer a qualquer um de nós, ou a alguém próximo de nós. Era um das artistas que esperava ver actuar ao vivo em Portugal (sei que já actuou, mas eu nunca tive o privilégio de assistir).
Infelizmente, faleceu na primeira noite de Janeiro. Cedeu à luta contra o cancro da mama; luta essa que já travava há 21 meses. Esta diva nova-iorquina (criada entre os EUA e o México) legou-nos uma voz de timbre grave e intimista, acompanhando suaves melodias cheias de significados fortes e de palavras densamente poéticas. Era a mulher que acreditava em lendas e em milagres...ficam três álbuns que valem a pena constar das nossas discotecas.Só lamento, de facto, não existirem milagres de modo a que esta cantora não se torne a lenda, mas sim continuasse a ser a mulher de carne e osso, de alma e de voz, entre nós, cantando e encantando, como só ela o sabia fazer.

Enquanto te perdias na névoa cinzenta
Eu seguia a tua voz cintilante
Como se fosses tu o farol num dia de tempestade
Em que eu tentava lançar âncora à vida.
Os fios das palavras ligavam-nos
Tenuemente
Pequenas lágrimas de gelo
No degelo das eras.
Mas o mar que nos movia
Era imenso entre os cantos da vida.
Alma demasiado grande
Para ser contida num só mundo.





6 comentários:

Teté disse...

Impressiona sempre mais quando as pessoas partem prematuramente...

Já tinha ouvido falar dela, vagamente, não se pode dizer que a "conhecesse". Mas sim, era preferível que ficasse cá em carne e osso, do que fosse transformada em lenda devido à morte prematura!

Beijocas!

Susana Júlio disse...

É, fica sempre aquela sensação de qualquer coisa incompleta...neste caso, no meu, era de chegar a ver um concerto dela...e de escutar mais canções novas dela...que pena...que notícia terrível.

Mel de Carvalho disse...

Sabes, Su, a vida, toda a vida humana, tem, sem que saibamos (acredito nisto plenamente), firmado contrato com a morte... e nada que possamos fazer impede que a segunda cobre da primeira a hora agendada.

Tudo o mais, Su, são interlúdios, em que somos estrelas ou prematuras cinzas ... e ao pó de onde viemos voltamos.

Ficamos, residuais, naqueles em que tocamos. Como ela... como tu, nos que te amam. Nos que te guardam de afecto, ainda que raramente te digam...

Beijo, "nenuca" linda.
Saudoso beijo
Mel

susemad disse...

Não conhecia muito o trabalho dela, mas do pouco que conhecia gostava.
Quando se parte cedo fica sempre tanto por sonhar e realizar...

Cruztáceo disse...

desconhecia...aproveito entretanto para desejar-te um excelente ano, e transmitir que regressei timidamente às retransmissões virtuais.

beijituz e/ou abraços

muguet disse...

é uma voz, uma sonoridade, que sempre me disse muito, a partir do momento em que a descobri...custou-me também como se de alguém conhecido e amigo se tratasse...quase inacreditável!!!


beijo querida Su, é bom voltar aqui :)