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domingo, 21 de setembro de 2008

Estou quase a chegar sem sequer ter partido

Estou a quase a chegar sem sequer ter partido
Seguindo o rasto dos espelhos partidos
Que vou colando no lugar do coração
Os dedos desenham linhas no sangue que resta
Mapas eternos em forma de espirais sedentas de vida
Quem se olha neles recebe a imagem fragmentada
De todas as vidas que já viveu
E esqueceu
Sou o reflexo, sou a labareda, sou a corrente
Que sigo como resposta a mim mesma
O grito vazio da fome desesperada de quem não encontra
O que nunca soube procurar

Os dias caem como frutos precoces de um tempo proibido
O mundo que os acolhe verga-se sob o peso disforme
Dos filhos que o rejeitam
Dos filhos que o exploram na sua nudez predatória
Dos filhos que se acercam como mais um pesadelo
De não se saber se se está vivo ou morto

Ao mistério profundo dos dias fora-da-lei
Estou a quase a chegar sem sequer ter partido



10 comentários:

1/4 de Fada disse...

Um poema belo mas atormentado depois de tanto tempo de ausência, Su... Beijinhos.

Porcelain disse...

Ai que nervos, linda, maravilhosa, voltaste, voltaste estou tão contente!!! Tão contente, ai que nervos que nervos, vou já responder-te no meu blog e depois já aqui venho comentar o teu post... ai um post tão lindo tão lindo, ai um post da Su, que saudades!!!

Deixa-me só tratar aí de umas questõezitas internéticas que eu venho já a correr!!

Beijoooo!!!

Porcelain disse...

Já está. :-)

Então é assim: estás quase a chegar sim... é apenas uma questão de tempo... não partiste, mas por aqui quase parecia que sim, tal foi o vazio que deixaste... no lugar do coração, por vezes parece que temos espelhos partidos, mas não... ninguém fica vivo com um coração feito de estilhaços... se estamos vivos o coração lá está, intacto, à espera que consigamos ressuscitar para lhe dar que fazer... nestas alturas os caminhos tortuosos por que passamos deixam um rasto de sangue e destruição... traçando mapas eternos de formas disformes e por todo o lado o cheiro da sede de vida, já que o cheiro a morte se dissipou na sua própria intensidade, banalizado de tão curriqueiro já...

Os dias caem... agarra-los... mesmo os frutos precoces têm sempre utilidade... carpe diem... não deixes os bichos tomarem conta dos frutos, ainda que precoces... pulveriza-os com o melhor e mais eficar insecticida que encontrares...

Jamais saberemos se estamos vivos ou mortos... o que não nos impede de fazer do dia de hoje mais especial do que o dia de ontem... eu sei que é difícil... mas luta... um dia a tua força será recompensada... acredita, eu sei.

:-)

Kátia disse...

"Estou a quase a chegar sem sequer ter partido
Seguindo o rasto dos espelhos partidos
Que vou colando no lugar do coração"
---
Que lindo!!!Estou quase a chegar sem sequer ter partido...repeti muitas vezes para mim esse trecho...tenho muitas coisas pra escrever/expressar em meu blog que falam coisas desse tipo.Meu "infinito particular" deu uma reviravolta e tenho sentido a diferença das coisas.Estou bem,embora tudo esteja bem acelerado.
Adorei esse post.Obrigada!!!!
:))))
Beijo e cheiro!

f@ disse...

Uf finalmente... já andava a pensar enviar-te um email... para saber de ti...bem que voltas-te em força com este poema brilho nos olhos embora ... um pouco triste...?
e eu que nunca parti(só copo) e nem sei como cheguei às nuvens ... e nunca chego ... perco-me sempre nos atalhos da vida...

Ju Adorei a troca que me marcou mto... beijinhos gigantes

Matchbox32 disse...

Welcome back!

Sandra Daniela disse...

bem... eu podia comentar o poema... mas só me apetece dizer: Voltaste!! Voltaste!!!

beijinhos

gracinda disse...

Bem... Estou à espera desse marcador então. Brincadeira, amiga, sabes bem que não estou à espera de nada.
Devo dizer que o teu marcador está lindo. Bem ao teu jeito. ;)
Então e que livro é que a Átia anda a ler? Tenho que trocar umas palavrinhas com ela. ;))

Beijos grandes

BlueVelvet disse...

Que beleza de poema, mas tristinho.
Espero que a tua ausência não tenha sido por nada grave.
Que bom que voltaste.
beijinhos

©carmen zita disse...

Olha, devo dizer-te, gostei muito deste poema.
Está dito :)
Beijo grande.