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domingo, 26 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
TEATRO EM ALMADA: O Luto vai bem com Electra, de Eugene O´Neill
Inspirando-se na Oresteia, de Ésquilo – trilogia constituída pelas peças Agamémnon, Coéforas e Euménides –, O’Neill situa a acção no final da Guerra da Secessão, em 1865, quando o general vencedor Erza Mannon regressa a casa, na região da Nova Inglaterra (emblema da América genuína, por aí se terem estabelecido os Pilgrim Fathers no século XVII). Tal como Agamémnon, Erza é a primeira vítima da corrupção profunda da família, que se autodestrói pelo crime. Ora, onde Ésquilo buscara um horizonte ético e político onde a lei triunfa sobre a vingança, O’Neill desenha a atmosfera malsã do inconsciente insuspeito e indomável que hipoteca no homem a liberdade de perseguir o bem."
Encenação: Rogério de CARVALHO
Tradução: Helena BARBAS
Cenário: José Manuel CASTANHEIRA
Figurinos: Mariana Sá NOGUEIRA e Patrícia RAPOSO
Assistente de Figurinos: Miguel MORAZZO
Luzes: José Carlos NASCIMENTO
Sonoplastia: Guilherme FRAZAO
Intérpretes: André ALBUQUERQUE, Bernardo ALMEIDA, Celestino SILVA, Laura BARBEIRO, Marques D 'AREDE, Miguel MARTINS, Paulo GUERREIRO, São José CORREIA, Sofia CORREIA, Teresa GAFEIRA
1 a 19 DEZEMBRO 2010
Qua e Sáb às 21h30 e Dom às 16h
Duração:cerca de 04h00m M/12
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
O AMERICANO
Ontem fomos ver O AMERICANO em Itália...ou num cinema qualquer perto de si. O AMERICANO é uma realização de Anton Corbijn, um fotógrafo e cineasta neerlândes, que costuma trabalhar com os Depeche Mode, em termos de imagem. Também realizou o filme CONTROL.
Este filme relata a história de um assassino profissional (George Clooney...what else!) que se refugia numa pequena cidade italiana, à espera que o chamem para a sua última missão. Observando a vida dos outros, esta personagem apercebe-se que viveu uma vida inteira sozinho e durante este processo de reflexão, alguns descuidos profissionais poderão colocar em perigo este seu último trabalho.
É uma história "simpática", com louvores, sobretudo para a imagem fotográfica do filme e para o trabalho da Natureza (e do Homem...há que dizê-lo!) que nos apresenta imagens lindas da bela Itália.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
que cai nas teclas brancas e negras
descobre a melodia mais suave
que as palavras podem tomar no caule de uma flor
No teu corpo adormecido
sobre a cauda desse piano
tocado gentilmente
pelas mãos de um artista.
Aquele a quem chamam de criador eterno
não sei se um deus ou a Natureza,
ela própria,
mas as mãos de quem dá a vida
e, ao mesmo tempo,
asfixia o seu testemunho
neste tempo e neste lugar.
Vi-te adormecendo descuidadamente
como se não existisse uma plateia
envergando máscaras de predadores
e como se essa mesma plateia
não fosse capaz de se mover do seu lugar
e tu dominasses a segurança
de ser o alvo sob os holofotes.
Arrastei a cadeira ruidosamente
só para te despertar.
Deixei-a cair, também.
Caminhei em direcção ao palco
e não senti os aplausos cairem sobre o meu rosto.
Sobre o meu corpo. Sobre o meu âmago.
Não senti nada a não ser a doce anestesia
substituindo a adrenalina do sangue.
Enquanto subia as escadas e tu me olhavas desde ontem
até agora
despi todo o passado da minha alma.
Despi a religião do Homem
e deitei-a, no teu lugar, onde outrora adormeceste.
Prefiro caminhar nua.
Na tua mão deixei o fogo ateado.
Deixei a destruição.
E quando olhei para trás
as cinzas que restavam
não chegavam sequer para lembrar o teu nome,
as tuas palavras, as tuas orações.
Da cruz aos pregos
restou nada.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
eu sei
ladeada de prédios infinitos e crescentes
com cortinas de gentes adormecidas
pensando que espreitam através das suas janelas
os telhados aguçados rasgando o céu da alma
e chove sangue, chovem pedras, chovem palavras
que tentam acertar nos incautos caminhantes
que se esqueceram do guarda-chuva
algures no canto negro da sua existência
sei que vou nessa estrada
e as florestas morreram nos sonhos de quem as queria conceber
sei que todos os dias se deitam palavras em vão nas cordas a secar
esperando que o sol de outro dia enxugue as lágrimas da noite anterior
sei também que que os estendais estão pejados de molas sem peças
que o vento assalta e leva os sonhos que se estendem nesse anoitecer
mas sei que, por vezes, as gentes adormecidas despertam
e afastam as cortinas da languidez
e abrem as janelas das suas almas
e dizem olá com o coração
eu sei que sim
sábado, 19 de junho de 2010
terça-feira, 11 de maio de 2010
...um texto para uma imagem...
Quando nasceu, cedo demais, disseram que parecia ser mais velho do que aparentava...estranha coisa de se dizer acerca de algo que acabara de despertar para a vida, contudo o consenso era geral. Na idade dos porquês já sabia as respostas antes da necessidade das perguntas, sendo assim não falava quase nada. Passava por um ser tímido, outras vezes pedante, por não dar o outro lado da sua face à sociedade que o rodeava. A sua própria sombra assombrava-se com tamanha rapidez e discrição do corpo ao qual estava associada, pois de cada vez que queria fazer a mimese do mesmo, a sua intenção estava dessincronizada alguns minutos...
O seu primeiro beijo perdeu o sabor antes de chegar aos lábios e morreu na vontade de ser dado. Tal experiência marcara-o tão intensamente que passou a julgar todos os casais de namorados como seres insensíveis que apenas representavam um papel ditado pelas normas sociais do estado humano. Eis a sua noção de tentar entender o mundo: como se fosse realmente um palco e cada um desempenhando um papel pago pelo destino. Batiam as palmas apenas aqueles seres iluminados como ele que conseguiam ver por detrás da cortina. E vivia cada um dos seus dias com a certeza de estar um passo à frente da própria Vida.
Quando proferiam o que quer que fosse à sua frente, de antemão a sua mente testava os limites da flexibilidade em termos de chegar a todas as interpretações possíveis e saber entrelinhas era ofício seu, sagrado como o de um deus menor.
Como estava tão ocupado com todas estas suas considerações, que achava de todo naturais, não se apercebia de que a Vida também era fruto do acaso, e dos contrastes, e das montanhas russas e pessoais, e todos esses afins desequilibrados. Viver como vivia era um todo monolítico que prendia muito mais do que a árvore secular que via través da sua janela, todos os dias. Estava lá e era apenas isso e nada mais, provando que bastava existir. Contrato assinado; dia acabado; missão cumprida...e comprida. Quem passava à sua beira, por uns instantes que fossem, sentia a âncora desse peso antecipado na sua determinação: a de que ele chegava sempre cedo demais porque sabia tudo.
Mas, desta vez, quase que chegou a horas...deteve-se a olhar para as aves que desciam sobre ele como se fossem buscar o pão de todos os dias directamente das suas mãos...um dos negros anjos alados olhou-o de frente e sentiu-se derrotado. Apesar de ser a hora de o levar...ele ainda assim, chegara um pouco cedo demais, antecipando-se à sua tarefa.
O corpo, mesmo que ainda inspirando e expirando alguns restos de vida, já estava vazio; a sua alma caminhava sozinha à frente da morte.
quinta-feira, 18 de março de 2010
CONCERTO: FLORENCE AND THE MACHINE
Ficou provado que FLORENCE AND THE MACHINE é uma grande banda para animar um festival de Verão...a ver se regressam!