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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Hoje adormeci sobre a noite envolvendo-me nos sonhos aos quais não tenho direito e tapei-me com a miséria de uma alma arruinada. Por dentro, os pássaros dos céus negros caem mortos nos extremos do arco-íris...é que a chuva sem fim, mesmo não parando, deixava entrever o sol fulminante para todos os Ícaros ambiciosos que cruzavam esses mesmos céus.
Hoje, quando adormeci, os sonhos aos quais não tenho direito choraram tempos infinitos as lembranças do porvir e moldaram os seus corpos efémeros aos seus gémeos de oposição, os pesadelos, tornando-se o mesmo barro informe moldado por mãos omnipotentes e cruéis, dispostas a atirar esses sonhos ao chão que todos pisam.
Hoje, não adormeci, pois o meu corpo, apesar de deitado, tinha os olhos abertos para a suposta alma e as luzes amareladas que se acendiam mostraram os cantos arruinados dessa casa que já fora, outrora, uma casa de bonecas.
Hoje, se adormeci, não dei conta que as horas marcaram o seu percurso pois os minutos e os segundos deixaram tatuagens na minha pele, deixaram marcas a ferro e fogo demorado, enquanto queimava o tempo numa caixa de fósforos.
Hoje vou adormecer mais uma noite nas mãos do destino que se chama Eu e vou deixar o meu coração nas mãos a quem pertence...se o amarrotar e deitar fora, tanto me faz, não precisarei dele...se o guardar e acarinhar, tudo me fará, pois será o motivo pelo qual o sono chegará descansado como se fosse uma pequena princesa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Princesa.....para alguém...algures... podes ser uma Deusa.....