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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Morte de Cassiel

Tenho a porta aberta
Ao desespero solitário de quem bate,
Toca e foge,
Sem deixar rasto na alma
E cicatriz no coração
O reino por detrás dessa porta
Reflecte-se numa miríade de objectos
Como se fossem vistos pelos olhos de um insecto
À luz crua da realidade.
Sem dar lugar seja ao sonho seja à razão
Os céus são quebrados por voos alucinados
De anjos obscuros
Que perderam a sua religião
A inocência tolda-lhes o olhar
E o peso do futuro pecado
Vai-lhes depenando as asas
As penas
Uma a uma
Caindo como neve escura ou cinzas obliteradas
Sobre a terra desse meu reino
Por detrás dessa porta aberta
Para quem passeia o desespero
A horas certas e pontuais
O porteiro sou eu
E a chave está em mim
Podem entrar

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