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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

CINEMA NA TEIA: ME AND YOU AND EVERYONE WE KNOW



A propósito do clip, do post anterior, dos Blonde Redhead, com participação, em termos de "modelo", de Miranda July (nas suas "One pose for second"), recordei-me de um filme, poeticamente simples e inesquecível, no qual ela participa e realiza, intitulado: "Me and You and Everyone We Know". Altamente aconselhável...vejam só este post que "raptei" (com as devidas autorizações!) do blog THE SPIRAL, do Taliesin, de Maio de 2006:

"Qualquer palavra que queiramos utilizar para definir este filme, saberá sempre a pouco. A realizadora de “Me and You and Everyone We Know”, Miranda Jennifer Grossinder, mais conhecida no meio artístico por Miranda July. É engraçado que o apelido de “July” foi escolhido segundo Miranda, devido ao facto de ser o mês (Julho) em que se sente mais criativa. Aqui está um indício da simplicidade de Miranda July.Embora não veja os filmes por ganharem prémios, mas não devemos esquecer que esta película foi premiada no festival Sundance, além de ter recebido a câmara de ouro no festival de Cannes e muitos outros premios em vários festivais de cinema.July é um versátil dínamo, ela faz curtas-metragens, instalações sonoras, performances multimédia, trabalhou numa rádio, publicou em livro pequenas histórias e não esquecendo a sua principal “veia” artística de artista plástica.“Me and You and Everyone We Know” é uma historia impressionista, um pedaço de um conjunto que une um grupo de diversas pessoas numa serie de episódios perdidamente relacionados. Não há exactamente personagens centrais, uma vez que prevalece um curioso efeito coral, quase melodramático. Em todo o caso, tudo se desencadeia a partir dos encontros e desencontros de Richard (John Hawkes) e Christine (a própria Miranda July).Richard é um empregado de uma sapataria que está em fase de divorcio com a sua mulher, onde têm dois filhos que obviamente estão desorientados com a situação dos pais. Chistine é uma jovem que mantém um serviço de taxi para idosos, ao mesmo tempo que se entrega às suas mais ou menos insólitas artes performativas.

If you really love me, let's make a vow - right here, together... right now.

Mas este filme está recheado de personagens curiosas e ao mesmo tempo apaixonantes…há uma miúda que colecciona miniaturas de electrodomésticos para o seu casamento, um dos dois filhos de Richard, naufragando na recente separação dos pais, o mais novo dos quais, de sete anos, marca inadvertidamente um encontro erótico através da Internet, (provavelmente dos melhores momentos do filme), um par de raparigas adolescentes e determinadas a explorar a sua sexualidade, um vizinho com uma plena fantasia sexual, um idoso que se apaixona por uma mulher que está ás portas da morte… e podia continuar a descrever mais algumas personagens que povoam este magnifico filme…desculpem, mas não podia deixar de referir o peixe de aquário em cima do carro, que cena genial! Este filme é uma mistura matizada de inteligência, idealismo e realidade, onde a imaginação fértil de July preenche o ecrã com incidentes, muitos dos quais são perceptivos e encantadores. Existe um look de uma crónica realista que se vai transfigurando em conto quase fantástico, mas de um fantástico puramente interior, enraizado nos afectos que as personagens partilham ou tentam partilhar. Onde tudo isto é filmado com a precisão de uma observadora que oscila entre a austeridade psicológica e a sedução abstracta, porventura integrando algo das suas experiências também como artista plástica.O seu olhar possui as virtudes de uma simplicidade que não esconde a complexidade do mundo e as suas relações, bem como explora as tentativas de atravessar a brecha da solidão existencial.A frescura da visão de July é evidente e muito bem vinda…bem, não escondo que este filme é sem duvida um padrão para a minha visão do mundo, apenas posso e quero recomendar este filme ao maior número de pessoas que conseguir, embora a tarefa esteja difícil devido ao adiamento da estreia deste filme em Portugal, que estava marcada para o dia 11 de Maio mas infelizmente foi alterada. Quem conseguiu ver este filme no festival Indie que decorreu em Lisboa, de certeza que partilha estas opiniões, quem não teve a oportunidade de ver…tenho que fazer qualquer coisa, mas o quê?"

9 comentários:

somentebia disse...

A tua forma de comentar sobre o filme, farta em informações, rica em detalhes, nos faz desejar correr para uma locadora e pegar o filme para assistir tranquilamente em casa (rs).

Ficam pétalas perfumadas e um carinhoso beijo nos votos de um final de semana de muitas alegrias, bons filmes e boa leitura.

N@nc! disse...

gostei do peixinho no saco lol!

Teté disse...

Bem, mas o filme chegou a ser exibido em Portugal, ou não? E mesmo que não, saíu em DVD?

Fiquei curiosa...

Bom fim-de-semana, Su e Taliesin (e um Rauf Rauf para o Sky)!

Anónimo disse...

Olá,linda Teia boa dica, que descreves tão bem, dá mesmo vontade de ver...

Virei com mais tempo_________até lá

Meu doce beijo deixo______Cõllybry

Anónimo disse...

Dá mesmo vontade de ver.. vou procurar, embora não tenho muita esperança de encontrar disponível aqui em terras tupiniquins... mesmo assim vou procurar.

Beijos para Su e Taliesin,

André Pereira.

Azer Mantessa disse...

with the analysis of the movie ... you are quite an analytical lady

:-)

Thanks for this one :-)

Miguel Saraiva disse...

Su querida, tu devias era estar em Hollyood!!! :)
Fazes um filme fora do filme!
Beijocas daqui, que tenho andado por fora cá dentro!

Ana disse...

Gostei da critica :)
Não conheço o filme mas parece uma boa sugestão :)
Beijos

Pierrot disse...

Curioso, nunca tinha ouvido falar deste filme...passou-me completamente ao lado...aliás, passa-me tanta coisa ao lado...
Mas gostei do que li e sinto alguma curiosidade na película.
Bjos daqui
Eugénio The Pierrot