Sugestão Musical - BAT FOR LASHES: "Fur and Gold"
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quinta-feira, 29 de maio de 2008
QUEM DÁ MAIS?!
Sugestão Musical - BAT FOR LASHES: "Fur and Gold"
quarta-feira, 21 de maio de 2008
DO OUTRO LADO DO ESPELHO...
Corri à tua procura mas também já tinhas abandonado o casaco a um canto qualquer. Vi-o num mendigo sorridente, e sem dentes, que mastigava uma prece qualquer. Colava lágrimas no forro do teu casaco para o caso de um dia voltar a precisar delas. Estariam ali. Não seriam como as pessoas que abandonam e são abandonadas a qualquer altura e em qualquer lugar.
Sem o corpo que te conheci não te identifiquei e eras igual a todos naquela imensa multidão…
...senti-me como um rio que finalmente chega ao mar com as mãos cheias de passado. Atrás de mim ficava a estrada que nunca pensara ter coragem para abandonar. Nem quis olhar para trás. Não saberia voltar. Agora que tinha saído de casa entrara no mundo. E ele era absoluto. Tudo o que eu queria e não queria.
Olhava os rostos que passavam por mim, acelerados e arrastados por coleiras invisíveis e que pareciam não ter fim. Corri um pouco mais do que elas para reconhecer aquela mão que as segurava. Um Kronos cansado olhou para mim e perguntou-me as horas. Sabia as de toda a gente menos aquelas que eram as dele. Tão pouco eu as sabia. Estava perdida mas achada entre cada um daqueles corpos que se aglomeravam na velocidade da vida. As ruas, com calçadas de medo e de esperança, tinham lábios meigos que sussurravam esperanças a quem parecia quase cair.
Onde andavas tu não o sabia…mas as minhas mãos ainda seguravam as tuas memórias, entre teias estendidas pelo céu ardente. Chegavam até mim como um pensamento constante e assim soube o que era ter um objectivo. Apenas mais um.
Corria mais um pouco e nem dei conta do coração a soltar-se na minha expiração. Balões quentes de corpo e de alma pairavam como sinais luminosos sobre mim. Cada passo que dava deixava o início do fim de mim mesma…mais um pouco à frente e o meu corpo terminava na minha sombra. Mais um pouco à frente, sim, e eu desaparecia. Para sempre.
Um dia destes vou devolver-te o teu passado que se fechará na porta do teu bolso enquanto eu retomarei, sossegadamente, o meu caminho de regresso, com peso a menos no meu coração. Um dia destes, encontrarei o teu casaco com o dono certo e com as lágrimas do vagabundo no teu olhar. Será apenas chuva para ele; será completamente a dor do teu passado a visitar-te.
Quis deitar fora as memórias e esquecer que te procurava para tas entregar. À minha frente crescia o mar de gente, que se dispersava acertadamente por portas e mais portas de obrigações, de compras e de vendas, de sorrisos e de apertos de mão, de comes e bebes, de médicos e cangalheiros…a vida e a morte partilhando o mesmo espaço. Parei apenas no meio de todas elas.
Desamarrotei o papel que as embrulhava e fiquei paralisada. Presa dentro de cada linha e de cada imagem que gritavam. Era eu e apenas eu quem ali estava; naquele monte de folhas recheadas de passado. O casaco que fora abandonado para não deixar qualquer sinal ou lembrança era apenas a minha alma…e o corpo que eu procurava era também apenas e somente o meu.
Dei a mão a mim mesma.
Chegara ao fim do mundo.
domingo, 18 de maio de 2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
PALAVRAS ASSOCIADAS
segunda-feira, 12 de maio de 2008
...diz-me onde te sentas...
Entre lutas de pincéis e de palavras desenhadas
Entre a mistura de telas e de papéis encomendados
A linha fina do horizonte será sempre tanto o ponto de partida
Como o de chegada. Pente fino das verdades e das consequências.
Depois de pesada a alma
Resta apenas o fantasma do corpo sentado perante a eternidadeSem perdão.
terça-feira, 6 de maio de 2008
VOU SAIR
Estendo-me ao comprido sobre o texto formado e espalho, ainda, algumas letras soltas que se recusam em encaixar. Querem outros significados e outras páginas onde se deitar…ser da mesma pele quente, acariciada pelas mãos dos amantes que se tocam antes do sonho chegar. Cedo ao desejo e coloco-as nas suas vontades como se fosse assim desde o início dos tempos: dos delas e do meu. Eu que fujo do tempo como o diabo da cruz…é o que diz a sábia voz do povo. É o que diz a minha consciência.
Saio de mim apressada. Vida ao ombro, bem apertada. Não quero que ma levem assim sem mais nem menos. É só esta a que tenho: sou muito poupada. Olho em frente, sempre em frente. Não interessa o que ficou para trás. Sigo sempre aquele sinal de luz verde que me avisa para ultrapassar o que não quero ao meu lado. Ainda não sei quem liga esses sinais, nos intermitentes reguladores dos nossos passos, em qualquer direcção. Ainda não descobri quem pinta as passadeiras que agora piso, sem pensar, como se fossem as frases certas sobre as linhas tortas.
Saio como muitos outros saem, e se cruzam à beira da extinção da solidão aparente. Abraçamo-nos a nós mesmos, cuidadosos para não sentir o peso leve da ausência e demoramo-nos no prazer do toque para compensar o pensamento mais célere sobre a verdade da situação.
Cá dentro parece que chove. Abro o guarda-chuva e amparo as emoções. Escorrem delicadamente pelos cantos da minha alma, e com calma, enovelam-se na acção da minha existência. Sorrio. Facilmente assim sorrio.
Cheguei.
Chegámos.
A vida pode ser uma autêntica festa nesta sala comum que partilhamos.
Sugestão musical: ROYKSOPP com o álbum "Melody A.M."
segunda-feira, 5 de maio de 2008
MAGICAL PIECES: "Se eu tivesse..."
Trouxe esta ideia do "MAGICAL PIECES: Se eu tivesse..." do blog da Képia. Atenção que ela já escolheu o tapete voador!
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Sobre a AMIZADE...e muito mais!
E ainda mais da Mimo-te este prémio: ...que é para todos vocês levarem (todos mesmo!!), assim como este prémio florido que trouxe da Teté (do blog QUIPROQUO), que celebra a liberdade de expressão e das circulação das ideias aqui pela blogosfera. Da teté vou escolher o seguinte post que ela deixou no seu cantinho, hilariante e espectacular: "500 palavras de Non-Sense".
Este também é realmente para TODOS os que falam o que devem e não temem. É vosso!Muito obrigado a todos, e para vocês fica o meu carinho e AMIZADE.