Como fruto apetecido.
Despertando a inveja de deuses imortais e esquecidos; alojados nas teias vorazes do Tempo. A eternidade não lhes sabendo a nada. Ausentando-se do sabor do significado: “novidade”. O sangue que lhes corre nas veias, envelhecido, em folhas amarelas, levadas para um canto da memória. Ao compasso de menos de que um bater do coração. De um século comprimido no relâmpago de um segundo.
Não lhes rezam palavras. Não lhes agradecem dádivas nem lhes pedem mais nada. O seu esquecimento é o castigo maior do que o dito fruto apetecido. O esquecimento é o meio termo perdido entre a Vida e a Morte. E sem os passos dos outros, nem para a frente nem para trás, se movem estes deuses.
Perseguindo as suas próprias sombras sem o saber.
Despertando a inveja de deuses imortais e esquecidos; alojados nas teias vorazes do Tempo. A eternidade não lhes sabendo a nada. Ausentando-se do sabor do significado: “novidade”. O sangue que lhes corre nas veias, envelhecido, em folhas amarelas, levadas para um canto da memória. Ao compasso de menos de que um bater do coração. De um século comprimido no relâmpago de um segundo.
Não lhes rezam palavras. Não lhes agradecem dádivas nem lhes pedem mais nada. O seu esquecimento é o castigo maior do que o dito fruto apetecido. O esquecimento é o meio termo perdido entre a Vida e a Morte. E sem os passos dos outros, nem para a frente nem para trás, se movem estes deuses.
Perseguindo as suas próprias sombras sem o saber.
Confiando no rosto que esperam surgir por entre as brumas dos sonhos. O sorriso que espreita por detrás de cada acto falhado que deitaram por terra…acena-lhes um pequeno demónio: o seu. Uma madrasta qualquer que mata, continuadamente cada renascer do coração. Das cinzas nem Fénix nem mundo novo. A inconsciência de que são o seu próprio maior inimigo faz deles a sua própria maior vítima. O frio que espreita por detrás do calor promete a queda da batalha. A derrota de mais um dia a menos do que nunca acaba.
Tentam vender os sonhos numa cesta enfeitada a troco de nada…apenas de alguém que os veja, de alguém que lhes pegue e de alguém que os alimente. Que prove o seu doce sabor amargo, conforme a dentada.
Choram o fruto apetecido. Aquele que vêem nas árvores dos outros. Sem ser necessária qualquer serpente que lhes tente a expulsão desta prisão, dourada a glórias passadas e a pó. Aquele fruto que cai nas mãos dos outros e que os torna humanos. Baptizados a imperfeição e a termo certo. Com coração e alma acabados. Vida e Morte. Por isso, desejados.
Fingem-se inspiração de espectrais livros santos, escritos a fogo e a sangue, no entanto caem como os anos que se sacodem dos nossos corpos…sem mais nem menos. Sentindo o corpo como a prisão. A alma como o guarda. O desejo como a chave. A morte como a porta. Sem ninguém para a abrir.
Quais deuses?!
Aqueles que já se esqueceram. Sem Dó nem Culto. Sem Reino nem Piedade.
Sem fruto apetecido. Tentam vender os sonhos numa cesta enfeitada a troco de nada…apenas de alguém que os veja, de alguém que lhes pegue e de alguém que os alimente. Que prove o seu doce sabor amargo, conforme a dentada.
Choram o fruto apetecido. Aquele que vêem nas árvores dos outros. Sem ser necessária qualquer serpente que lhes tente a expulsão desta prisão, dourada a glórias passadas e a pó. Aquele fruto que cai nas mãos dos outros e que os torna humanos. Baptizados a imperfeição e a termo certo. Com coração e alma acabados. Vida e Morte. Por isso, desejados.
Fingem-se inspiração de espectrais livros santos, escritos a fogo e a sangue, no entanto caem como os anos que se sacodem dos nossos corpos…sem mais nem menos. Sentindo o corpo como a prisão. A alma como o guarda. O desejo como a chave. A morte como a porta. Sem ninguém para a abrir.
Quais deuses?!
Aqueles que já se esqueceram. Sem Dó nem Culto. Sem Reino nem Piedade.
25 comentários:
a falsidade destes deuses/demónios costuma ir muito alem do beijo doce que acaba amargando na boca, muito alem da sedução suave das letras, muito mais alem até do simples toque de mãos, do lábio que se mordisca, no abraço apertado, normalmente, esse demónios/deuses, usam-nos, abusam-nos, usurpam-nos, e viram costas, abandonando-nos sem mais quererem saber de nós, nem mesmo quando somos nós próprias pequenas meninas/mulheres, sensíveis e frágeis, doce e ternas, que na agonia da dor nos tornamos áridas e frias, tristes e rancorosas.
O fruto apetecido?
É aquele que me faz crescer agua na boca...
Um beijo enorme querida Su!
...parece que há um cruzar de respostas erradas, um mal entendido na apreciação do texto que despoletou algo de menos positivo, lamento, e, simultaneamente desculpo-me!
São frutos apetecidos
Que se desejam seus...
Vilões de pomares
Famintos de glórias
Que espalham
Dentadas envenenadas
Pelas bocas da inveja
Inquinando árvores e frutos
Semeando a desgraça
Por mero capricho...
Pode até nem ser... mas foi o primeiro impulso que me ditou o escrito acima deixado.
Beijo
Frutos, dizem os proibidos são os mais apetecidos...será!!!!
Gostei destes...
Bjca doce, querida Su______________
Do OlharIndiscreto
Uma brilhante prosa poética!
Sobre um tema que vai muito para além dele próprio, passando pela própria (in)sensibilidade da imortalidade...
Um fruto apetecido, mas inalcançável, e uma estranha prisão doirada e poeirenta, em que o mundo gira infinitamente. Será essa a tão ambicionada imortalidade?
Jinhos e bom fim de semana, Su!
noite: A falsidade e tudo o mais deriva do Homem e não de deuses inventados. Não há nada a lamentar.
princesa: Olá sua desaparecida! Um beijo grande e saudoso.
cleo: Excelente impulso o que tiveste e ainda bem que o deixaste aqui na Teia. É uma óptima continuação e conclusão do que escrevi! ;) Beijo grande.
collybry: Não sei se os frutos proibidos são os mais apetecidos...mas que chamam a atenção...ai isso chamam! Beijinho!
teté: Obrigado pelas tuas palavras ammiga. A verdade é que chegaste mesmo ao ponto certo do que eu pretendia expressar através daquele palavreado todo. Será que é essa a imortalidade desejada ou será que ela mesmo sequer existe?! Pois...
Beijinho grande e bom fim-de-semana.
Fantástico post! Adorei!
Supostamente, o fruto mais apetecido, seria o fruto proibido... mas isso, tornou-se uma frase-feita e, como todas as frases-feitas, está gasta...
matchbox30: Mais uma vez, uma resposta de comentário só para ti! :) Obrigado. As frases feitas estão mesmo gastas. Precisamos de novas e de mais intenções e de mais acções. Precisamos de muito mais, não a nível material mas sim a nível espiritual.
Beijinho e bom fim-de-semana!
O fruto apetecido... era (e é) quem segurava a maçã eh,eh,eh!
vieira calado: E a culpa é da mulher?! :))
Su ainda bem que gostaste dos meus mimos. Ontem também recebi um mimo muito gelado. :) Adorei. Obrigada pelas palavras. Beijinhos azulados
Curioso os frutos mais apetecidos serem sempre vermelhos, não?
Fruto apetecido, de pele brilhante e cheiro suave...de sabor doce.
Quantas vezes fruto amargo, que depois de provado nos deixa na boca o sabor amargo de falsidade.
Um beijo
Ai o fruto apetecido...
Posso dar uma dentada nele?
Melhor não...
Pode estar envenenado...
Beijos
Parece que o fruto apetecido é sempre aquele que está mais longe do nosso alcance!
O problema é se algum dia conseguirmos tê-lo... será que vai continuar a apetecer? lol
Beijos
Olá Su:
Um texto profundo! Antes Eva que serpente!
Beijos
tonsdeazul: Adorei. Miminhos gelados é para ir bem com esta época! Beijinhos.
rafeiro perfumado: Talvez porque o vermelho seja realmente uma or de eleição!! eheheheheh ;)
oartista: Quando provamos o fruto à primeira dentada não sabemos o que vamos encontrar...vem depois o conhecimento! Beijinhos.
somdosilêncio: Podes à vontade...aqui na Teia não há nada envenenado! : )
ana s.: Provavelmente, deixa de ser o apetecido porque já se tem...e o nosso "olhar" vira-se para outra coisa. Costuma er assim. Tudo de modas e muito passageiro! É típico do ser humano. Beijinhos.
papoila: Olá. Obrigado. Mas costumam dizer que a Eva e a Serpente eram e são a mesma coisa...seja como for, Eva: transmissão da sabedoria, é essa a minha perspectiva! Beijinho grande!
Su, este teu texto é tão rico....
Tanto, para interpretar, para pensar..... Eu, prefiro pensar que que este fruto apetecido não chega por mal, mas por falta de consciêncian de quem o oferece. Sabendo também que no final o veneno vira-se contra o dono da maça.:)) Fica, fica somente o esquecimento, é o melhor....
Um beijo e adorei!!!!! :))))
Trago comigo o aroma da terra
Sandálias feitas de alva espuma
Um dom cravado nesta alma singela
Um oceano de sonhos perdidos na bruma
A magia está a chegar no brilho de uma estrela
Reflectida nos teus olhos
Boa semana
Mágico beijo
Denso, sim, inquietante. Belo, porém... em harmonia com as imagens!
Bonito de forte
Desassossegado/desassossegante q.b.
Despretensioso e factual porque viste
Directo:
um fruto é para comer, não para ser filosofado segundo perspectivas de sabores.
Um fruto, por isso, nunca é proibido se existe e sabe bem. Se é imaginário, para quê perder tempo a conjecturar quando há tantas mangas e papaias boas no planeta?
Um óptimo texto, Su. Excelente ritmo, também.
Gostei.
Muito.
Uma noite BOA. Um dia BOM.
:)
p.s.- desculpa só às 3am de hoje responder À pergunta que deixaste lá no vasantix utsavix:
por agora deixo apenas 2 links que te podem ajudar a dar uma vista de olhos:
http://www.bookcrossing-portugal.com/
http://www.bookcrossing.com/forum/19/page_1
é engraçado. um conceito giro. o de libertar livros.
sou cada vez menos um bookcrosser "praticante" em termos de ir ao fórum e/ou a encontros. "exerço" mais em privado, com alguns amigos.
se quiseres consulta também a minha pequena bookshelf lá - tenho o link algures no meu blog - e dispõe. ou consulta a da -BookHaven- (nick), com uma "estante" imensamente mais vasta. estou certo que ela também não se importa nada que dês uma espreitadela. ;)
beijinho
é difícil, a pergunta. e mesmo com toda a tua tese, forte, sentida, quase impiedosa, a resposta não é linear.
de um modo simplista, tenho dúvidas acerca do fruto (que por mim é) apetecido...
Su,
fantástico,
como diz o ditado popular "O fruto proibido é o mais apetecido"~
Serenos sorrisos
mimo-te: Às vezes, de facto o esquecimento ou uma certa ausência de pensar é o melhor. Carpe Diem! Beijinho grande com mimos!
o profeta: Uma boa semana também para ti e continua sempre a deixar rastos tão belos de poesia.
o árabe: A intenção é sempre transmitir, sempre que possa, as palavras em sintonia com a imagem...as tais linguagens mistas. Muitas vezes, as imagens ilustram ainda melhor o que as palavras tentam expressar e por vezes é ao contrário. depende sempre das suas essências... Bjs.
eduardo: Muitas vezes não conseguimos olhar para além do pomar à nossa beira e insistimos no tal fruto que não seria aquele que nos serve. Penso que é a dita teimosia humana. Obrigado pelas palavras e pelas dicas informativas sobre o bookcrossing. Ando bastante curiosa com essa actividade! Beijinhos.
carteiro: Também sou assídua nas culpas. E nas dúvidas. penso que esta "assiduidade" é realmente a dita componente humana! beijinhos.
serenidade: Obrigado. É muito sentido acima de tudo. Um beijinho sereno e grande.
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