Podia falar no dia de hoje: para alguns perdidos no tempo (e não adianto mais!), o “dia da raça”! Mas é perder tempo, quanto a mim. Vivemos, muitas vezes, de glórias passadas e de erros presentes (e aqui falo do actual governo que temos!). E como não me apetece falar de tristezas (basta ter olhos na cara e um pouco de bom senso, para percebermos o quão mal “isto” vai!), celebro o 10 de Junho com uma pseudo-despedida do ano escolar. Nesta escola as aulas já terminaram. Os alunos já andavam a ser “assaltados” pelo Verão há já algum tempo, e os cadernos, livros escolares, mochilas, toques de entrada (que os de saída são sempre os mais esperados por eles!), trabalhos e testes já não eram dos “melhores” companheiros. Ou os mais desejados.
É sempre em épocas de final de qualquer coisa que caímos neste estado de auto-avaliação, do nosso próprio trabalho e do nosso desempenho, até em termos afectivos, para com os nossos alunos. Aliado ao cansaço encontra-se, também, aquela saudade que entra de fininho, batendo à porta, não da sala de aulas, mas sim do coração. Ao longo do ano, nos intervalos, as conversas agradáveis com os meus alunos fazem nascer sorrisos e a plena sensação de que as coisas correram bem. Poderão sempre correr melhor. Haja um pouco de tudo e de todos.
Agora, a nós, espera-nos ponderações, avaliações e reuniões… Entretanto, nasceu o palavreando. É um blog que apresenta alguns trabalhos que eles foram realizando. Vai sendo completado aos poucos e poucos, não só com os trabalhos mas também com críticas musicais, cinematográficas, literárias, sugestões de livros…como lhes disse, é deles. Que o cultivem e desenvolvam ao gosto. Estão lá textos bem engraçados. Façam uma visita aqui: PALAVREANDO.
Não querida deixar de fazer menção a alguns outros pequenos grandes tesouros que também recebi deles. Este desenho “emo” da Maria (8ºA) para esta professora que aqui escreve na Teia, há já algum tempo:
Um poema escrito pela Tânia (do 7ºD), que partilhou comigo: “Porque temos de fazer
Os possíveis e os impossíveis,
Para ter tudo o que queremos.
Porque a vida é injusta
Para uns,
E justa para outros...
Porque há coisas que podemos fazer,
E outras não!
Porque será que queremos
Sempre o que não temos?
Será por inveja,
Ou por não gostarmos da nossa vida?
Perguntas que fazemos,
Sem, se calhar, nunca ter resposta...
Porque há coisas nesta vida,
Que não precisam de ter respostas.
Precisam sim, de não fazer perguntas,
A algo que nunca conseguiremos
Responder...”
Ou outro poema escrito pelo Bruno Oliveira, do 8ºB (que também é um actor na Academia!): “Naquele dia
Por ti estava a esperar
Esperei tudo o que pude
Ate o meu limite ultrapassar
Mesmo assim
Devagarinho caminhava
A todo o passo que dava
Outro passo por ti esperava
Quando cheguei ao fim
Sentia que a esperança se esgotou
Mas de um momento para o outro
Tudo se iluminou
Sentia-me infeliz
Ate que a tua alma me chamou
Um salto eu dei
Caminhei para onde tudo se combinou
Quando chegaste
Apesar do dia estar a morrer
Para mim eras uma fonte de luz
Luz que me estava a aquecer
Quando não estavas
Tanto te queria falar
Quando não vieste sozinha
De nada me conseguia lembrar
Passei a tarde a ouvir
E para ti a olhar
Não falava muito
Só contigo queria estar
Quando ouvia
Também passava o tempo a pensar
Quantas razões tinha
Tinha para me afastar
Já estou a conta-las
8 já lá vão
São 8 razões
Que me impedem de abrir o coração
Quando me fui embora
No meio desta confusão
Passei de um momento feliz
Para o momento de solidão”
Obrigado! Tudo de bom para vocês neste vosso largo caminho…como costumo dizer:
É sempre em épocas de final de qualquer coisa que caímos neste estado de auto-avaliação, do nosso próprio trabalho e do nosso desempenho, até em termos afectivos, para com os nossos alunos. Aliado ao cansaço encontra-se, também, aquela saudade que entra de fininho, batendo à porta, não da sala de aulas, mas sim do coração. Ao longo do ano, nos intervalos, as conversas agradáveis com os meus alunos fazem nascer sorrisos e a plena sensação de que as coisas correram bem. Poderão sempre correr melhor. Haja um pouco de tudo e de todos.
Agora, a nós, espera-nos ponderações, avaliações e reuniões… Entretanto, nasceu o palavreando. É um blog que apresenta alguns trabalhos que eles foram realizando. Vai sendo completado aos poucos e poucos, não só com os trabalhos mas também com críticas musicais, cinematográficas, literárias, sugestões de livros…como lhes disse, é deles. Que o cultivem e desenvolvam ao gosto. Estão lá textos bem engraçados. Façam uma visita aqui: PALAVREANDO.
Não querida deixar de fazer menção a alguns outros pequenos grandes tesouros que também recebi deles. Este desenho “emo” da Maria (8ºA) para esta professora que aqui escreve na Teia, há já algum tempo:
Um poema escrito pela Tânia (do 7ºD), que partilhou comigo: “Porque temos de fazer
Os possíveis e os impossíveis,
Para ter tudo o que queremos.
Porque a vida é injusta
Para uns,
E justa para outros...
Porque há coisas que podemos fazer,
E outras não!
Porque será que queremos
Sempre o que não temos?
Será por inveja,
Ou por não gostarmos da nossa vida?
Perguntas que fazemos,
Sem, se calhar, nunca ter resposta...
Porque há coisas nesta vida,
Que não precisam de ter respostas.
Precisam sim, de não fazer perguntas,
A algo que nunca conseguiremos
Responder...”
Ou outro poema escrito pelo Bruno Oliveira, do 8ºB (que também é um actor na Academia!): “Naquele dia
Por ti estava a esperar
Esperei tudo o que pude
Ate o meu limite ultrapassar
Mesmo assim
Devagarinho caminhava
A todo o passo que dava
Outro passo por ti esperava
Quando cheguei ao fim
Sentia que a esperança se esgotou
Mas de um momento para o outro
Tudo se iluminou
Sentia-me infeliz
Ate que a tua alma me chamou
Um salto eu dei
Caminhei para onde tudo se combinou
Quando chegaste
Apesar do dia estar a morrer
Para mim eras uma fonte de luz
Luz que me estava a aquecer
Quando não estavas
Tanto te queria falar
Quando não vieste sozinha
De nada me conseguia lembrar
Passei a tarde a ouvir
E para ti a olhar
Não falava muito
Só contigo queria estar
Quando ouvia
Também passava o tempo a pensar
Quantas razões tinha
Tinha para me afastar
Já estou a conta-las
8 já lá vão
São 8 razões
Que me impedem de abrir o coração
Quando me fui embora
No meio desta confusão
Passei de um momento feliz
Para o momento de solidão”
Obrigado! Tudo de bom para vocês neste vosso largo caminho…como costumo dizer:
É sempre em frente!
20 comentários:
:) Cada um deles deve deixar algo em ti, por mínimo que seja... É bom saber que temos alunos do 8º ano que desenham e escrevem poemas para a professora :) Muito bem!!
Beijocas do Porto :)
ps-enviei as fotos-associações. Espero que tenhas recebido!
Subitamente fiquei nervosa! Não sabia que a menina era professora. Já estou a imaginar os milhões de erros que ando a dar no blog lol.
É muito giro os alunos oferecerem prendas á professora. Mostra que é querida por todos :)
Beijos
Ou os teus alunos gostam muito de ti, ou então, estão a dar-te graxa para terem boas notas no fim do ano!
EHEHEHEHEH!
pena que o período de reflexão e auto-avaliação só aconteça no final de mais um ciclo!
beijinho
Sei que 10 de junho é o Dia de Portugal, e tu soubeste bem 'comemorar' esse dia falando sobre a Educação, uma das metas que qualquer administrador bem intencionado deve priorizar em seus projetos governamentais. A tua forma de educar estas crianças, cuja sensibilidade se mostra através do carinho para contigo, nos dá a certeza de que tu és uma professora preocupada não apenas com os ensinamentos didáticos, mas também em transmitir-lhes valores que os acompanharão por toda a vida. A saudade de que falas, mostra bem o relacionamento afetivo que une a todos, e os mimos a ti ofertados dão mostras do quanto exerces tua profissão com amor e dedicação.
Tanto aí quanto aqui no meu país, amiga, vê-se que o ensino só se faz produtivo justamente por esse empenho com que os mestres exercem a sua função. O governo, muitas vezes, prioriza outros setores em detrimento desse que deveria merecer uma atenção mais aprimorada por parte dos nossos governantes.
Enfim, resta-nos dar VIVAS a essa classe tão maltratada de professores (salários ínfimos e condições precárias) que consegue não apenas preparar alunos para enfrentar a vida, mas seres humanos sensíveis e dedicados. Assim como o fazes, minha amiga!
Neste dia 10 de junho (dia do teu país) eu te parabenizo não só por ser essa 'patriota' tão dedicada à tua profissão, mas também pelo ser humano lindo que tu és!
Beijos, sorrisos e flores, enfeitando o teu dia!
Tiveram muita sorte, em ter uma professora com a sua sensibilidade!
Que sejam umas ferias excelentes para alunos e professores!
Um abraco dalgodrense.
borboleta: Olá. Recebi sim e fiquei emocionada, especialmente, com uma delas. AMEI! Muito obrigado. Em breve vou começar com a divulgação das imagens! ;)
Isto de dar aulas tem muitas compensações, ainda...apesar das dificuldades extremas que cada vez vão sendo maiores nesta profissão. Beijinhos grandes.
ana s.: fartei-me de rir com o teu comentário! Aqui, na casa da Teia, a profissão está de lado...não entra, apesar de ser algo que eu também gosto. Por isso, o olho clínico de porfª está de fora...e tu nem me parece que sejas um caso de evidenciar nervosismo, eheheheheh...beijinhos.
matchbox: Estás a ver?! Andaram a fazer um trabalho exaustivo de um ano inteiro...é muito! Só por aí seriam aplicados...mas no caso destes alunos não me parece que seja por aí. Prefiro pensar que é a primeira hipótese por ti apontada! Beijinhos.
nelinha: Como já te disse, estes períodos acontecem a qualquer instante e a todos os momentos. O que eu queria dizer neste post com isso era mais numa situação de balanço final que toda a gente faz nos seus trabalhos quando completa uma determinada tarefa, não é?! Isso é extremamente importante...porque auto-avaliações e ponderações fazemos nós todos os dias! Beijinhos.
beatriz: Fiquei emocionada com as tuas palavras e muito sensibilizada...eu tento dar o melhor d emim em todos os aspectos e geralmente acabo de consciência tranquila. Associo sempre as coisas, as "ditas coisas" pedagógicas ao lado mais afectivo...e é por aí que chego à maior parte dos meus alunos. Continuo a defender que o respeito e o diálogo são sempre das coisas primordiais numa relação deste género e não me tenho dado mal.
Mais uma vez, muito mas muito obrigado pelas tuas palavras que me deixaram tão "brilhante" por dentro e por fora! Beijinhos bem grandes.
al cardoso: É com muito gosto que recebi estas palavras. Tento sempre dar o melhor de mim em tudo...não só a nível profissional, nunca deixando de ser o que sou. realmente, muito obrigado.
Saudações aqui de uma "migrada" lá da terra das beiras! ;))
Ohhhhh fantástico!Eu amo a Educação,mas ando um tanto chateada.Também já lecionei para adolescentes --Língua Portuguesa--e foi o período mais incrível de minha vida.Os textos produzidos pelos meus alunos,os desenhos,as produções artísticas(sim!porque eu misturava tudo),as canções,os poemas...ah! quantas saudades!Estive em sala de aula com adolescentes até 2005 e ano passado fui substituir um professor numa faculdade(o que não é a mesma coisa,lecionar para adultos ou aqueles que se consideram--lol--),mas agora fico a margem,apesar de continuar lidando com professores e alunos.
Parabéns a você !E parabéns aos seus alunos!Fui espiar a outra casa,muito bom os trabalhos.Depois volto pra comentar por lá também,pois por agora estou adiantando trabalho de ontem que não fiz,com os de hoje.
;)
Beijo!
É muito bom receber presentes dos nossos alunos - eles só os dão quando são sentidos, a sinceridade é uma característica dos jovens. A "graxa" apresenta-se de uma forma muito diferente... Parabéns, grande ideia para o 10 de Junho.
Ai tantos miminhos! Que bons momentos teus amiga, que tu partilhaste aqui connosco!
kátia: É um mnundo bem mágico e bonito: o de dar e avabr por se receber, também...mas cada vez mais difícil por todas as contrariedades que se vão vivendo não só dentro como fora do sistema do ensino. Podes ir visitar o palavreando sempre que quiseres. Os "miúdos" vão gostar de certeza! :)) beijinhos bem grandes.
1/4 de fada: penso que foi uma melhor forma de falar neste dia de Portugal de uma maneira mais nobre que o da "raça" e do pretenciosismo político que grassava...é verdade, isso da "graxa" é notável a léguas de distância! eheheheheheh... beijinhos.
tons de azul: Miminhos e mais miminhos...também gostamos e faz sempre bem! ;p E é tudo do mais sincero possível! Beijinhos.
Belíssima maneira de comemorar o teu 100º post!
Na verdade, os adolescentes conseguem ser bastante criativos... :)
Quanto ao "dia da raça", pois, sem comentários!
Jinhos, amiga!
teté: Uma maneira diferente e muito mais válida, nos dias que correm e quanto a mim, claro! :)))
Você não tem alunos, porém, discípulos talentosos. Nada mais natural com uma professora como você.
Parabéns pela prática do trabalho mais importante do mundo.
Um beijo!
oliver: O Crédito é todo deles. O interesse, a vontade de aprender são muito importantes. Mas obrigado na mesma...é sempre bom ler coisas dessas! Beijinhos.
Bem... muitos parabéns pelo 100º post!! Cada um deles um pedacinho da tua alma... acredita, não é para todos... Bela forma de festejar o 10 de Junho...
Quanto a mim... ano escolar 2007/2008... vai e nunca mais voltes!!
Se inspirares os teus alunos como me inspiras a mim... amiga, metade do que me inspiras a mim, sairão de lá todos verdadeiros artistas! Facto que, aliás, começa já a ser visível... ;-)
Considero-me também um pouco uma discípula tua, mas não contes muito com a minha arte já que existem razões que a própria razão desconhece a tolherem a sua natural expressão!! Eheheheh!!
Minha querida, muitos beijos e muitas felicidades para ti!
lenita: Obrigado...sabes, eu não procuro nada...no fundo, vou-me espalhando (algumas vezes, no real sentido da palavra!!) por aí em pequenos pedaços de mim e no gosto das coisas que faço e realizo...se sirvo de inspiração é gratificante...se não sirvo é o real do dia-a-dia...
A tua forma de arte prende-se com a forma como brincas com as palavras e estas, por sua, com a tua razão e com a tua emoção, ao mesmo tempo! Atroz! ;P
Acho que a minha forma de arte se prende também com a forma como embrulho a minha mensagem em palavras... só que para isso preciso que ela seja válida e faça sentido... e para isso tenho eu mesma de compreendê-la primeiro... e por sua vez para isso ela própria deve deixar-se revelar... apesar do meu esforço contudo, antes que ela se mostre muita dor vem pelo meio... é um autêntico parto... um parto de anos...
Beijo grande
lenita: Desde que seja um parto libertador...que é como qualquer forma de Arte...partos libertadores.
:-DDD
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