Todas as noites
Que correm nestas veias
Abrem-se ao grande mar:
Imensa fuga do deserto
De um corpo revolto
Em areias caóticas.
Eis a confusão:
Último botão desapertado
Do espartilho humano
Que é o pensamento organizado.
Eis-me primitiva
Pregando a fantasmas solitários,
Iludidos,
Que pensam ainda viver
E brincam
Com a eternidade.
Enquanto falo
As minhas palavras escondem a trovoada.
Anuncio
As chuvas ameaçadoras
Que trazem o corpo nu.
O conhecimento.
Mãos cheias de areia,
Tão cedo vazias,
Lançam ao vento gestos de náufrago
Num mar deserto.
Estas noites,
Depois do sol,
Abrem-me à saciedade de uma prisão:
Liberdade.
de Susana Júlio,
in DO MAR GRANDE E D`OUTRAS ÁGUAS
(Antologia Poética)
14 comentários:
Sintonia, Su, diz-te qualquer coisa?
Nem queria acreditar, quando li o poema. Quando é que o escreveste (se não for curiosidade demais, como é óbvio)?
A-D-O-R-E-I!!!
Abre-se o peito, rasga-se a carne, e esvoassam as professias invadindo cada pedaço de céu, escondendo a luz da Lua, memória tua. Palavras que derramas em sacrificios escondidos, silêncios, atados, perdidos.
Não é Noite, não é Dia, é apenas um instante em que a alma trespassa o corpo e o comanda.
Parabens por este teu novo cantinho! Gostei de o conhecer e de o ler, porque nele preservas a magia secreta das palavras...
tanta coisa para te dizer, como o poema de hoje...o aniversário do sky:) que não sabia ter um nome da "guerra das estrelas":)ou a nova cara do teu blog, que continua simples e bela como sempre...
um beijo vagabundo minha amiga
Não conhecia esta autora.
Gostei das sua forma poética.
Um beijinho
Visite e comente o meu blog!
um primar por sensações unicas
primitiva
ser, ser/estar
poesia
antologia...
abrazo europeo
Magnifico e profético poema.
Obrigada pelo carinho
Serenos sorrisos
Tua nova casinha é muito agradével.
Olá querida,então sê bem vinda, eu ga muito que troquei, enviaram um mail a dizer que tinha sido tudo apagado,com problemas de virus...
Virei com mais tempo e ler tudinho...
Fortes palavras num belo poema...
Bjca doce
Su
Bem vinda ao club deste imenso universo do blogger.
Gosto desta tua nova casinha, como também gostava da outra, que como tão bem sabes, nos deixa sempre alguma saudade(...).
Quanto ao poema nem sei bem o que dizer...
Mas tu és uma poetisa a sério, daquelas que me deixam sem palavras para acrescentar o que quer que seja a cada novo poema.
Resta-me pois, dizer o quento gostei, da forma mais simples que sei:
ADOREI!!
Beijinhos e muito boa sorte por estes lados de cá;)
Em primeiro lugar, esta é a primeira vez que comento nesta 'nova' casa. E fiquei muito contente quando soube da sua existência porque por várias vezes tive problemas em entrar na outra Teia.
As palavras, essas são lindíssimas e nenhuma que eu deixasse agora lhes faria justiça :)
Pois, a ver se é desta que acerto com a casa e deixa de haver problemas! Mas a outra Teia deixa umas certas saudades...este é o lado da nostalgia! ;)
Obrigado pelas palavras!
Sim, claro, mas é óptimo que ela te deixe saudades.
Quer dizer que valeram a pena os dias lá passados e todos os passos que por aquela porta entraram.
Todos os que visitam, permanecem e voltam sempre que lhes apetece e legm as suas palavras aqui pelos fios da Teia valem por tudo o que fez nascer a Teia. São sempre "cartas" entregeues ao seu destino! ;)
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