É verdade que me deito no esquecimento enquanto ele não tem corpo e não se torna na pedra perpétua que testemunha a eternidade da solidão. E que quando a noite se despe das luzes que enfeitiçam as almas-sereias, embalo a consciência na sedutora metamorfose das árvores secretas de onde recolho o teu amor. Não é fruto proibido. E não me faz ser expulsa de um ÉDEN ancestral. Não me nascem asas no corpo nem me transformo em serpente desde que caminho na tua alma. A luta devoradora pela vida ficou atrás da espada flamejante que guarda as leis do Homem em castelos de cartas caídas. A anatomia da minha pele é o mapa que lês com o coração. Não são as regras que nos libertam dos fios das marionetas...são as linhas que vêm de outros tempos mais atrás...são os rastos dos fios da água tornando-se mares, enquanto os nossos corpos se tornam no desejo escondido por detrás de cada esquina daquelas estrelas que orientam na solidão. Mergulho nesse cinzento-fluído. Descolo-me da imagem que guardas no álbum das memórias. Renasço do húmus fortificante do sangue na terra, e de novo sou eu.
Acordo... depois de cem anos, e mesmo com o beijo do príncipe, a vida não parou lá fora. No entanto, nasce-me um novo mundo inteiro apenas no milagre do teu breve olhar.
5 comentários:
Olá querida! Já estás melhor? Para quando vai ser a nossa troca? Depois diz qualquer coisa.
Um beijo.
O esquecimento... tantos fariam qualquer coisa para consegui-lo... mas esquecer é tão difícil... sobretudo, quando não se quer esquecer.
O que nos liberta dos fios das marionetas é tão simplesmente a consciência... essas mesmas linhas que vêm de outros tempos mais atrás e a consciência que podemos ter delas.
Mesmo que sejamos nós novamente, a cada renascer tornamo-nos em pessoas novas e diferentes...
Beijos... tantas saudades dos teus textos... :)
Mulher que nos enreda em Inspiradas Teias;
O renascer no olhar do outro fascina e ao mesmo tempo enche-me de temor.
Saudade desses teus textos maravilhosos.
Beijos mil!!!
Belo, belo!
Por mais adormecida que a bela pudesse estar, 100 anos fizeram (ou fazem) uma enorme diferença...
Jinhos, Su! :)
Enviar um comentário