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sábado, 15 de setembro de 2007

FORA DA PRATELEIRA: A SOMBRA DO VENTO, de Carlos Ruiz Zafón...pela TETÉ!

Desta vez, o FORA DA PRATELEIRA ficou a encargo da amiga Teté do Quiproquó, com uma apresentação cativante de um dos livros mais fascinantes e inesquecíveis que li nos últimos tempos. Também é daqueles livros que já recomendei vezes sem conta, digno de espalhar palavra. Para além disso, tem uma capa lindíssima!

Desde já, muito obrigado pela tua atenção Teté.
Aqui vai:

A SOMBRA DO VENTO
Carlos Ruiz Zafón (2004)
Dom Quixote - 1ª edição, em Setembro de 2004


A acção decorre em Barcelona, desde o início do Verão de 1945 até 1966. Pela mão de um rapaz de “quase onze anos”, que é conduzido pelo pai, livreiro profissional, a um santuário impregnado de mistério: o Cemitério dos Livros Esquecidos.

Aí, Daniel Sempere pode escolher um livro e guardá-lo, prometendo manter o segredo do local onde o obteve, inclusivé até do melhor amigo. O livro escolhido é “A Sombra do Vento”, cujo autor nem o próprio pai conhece: Julián Carax.

Fascinado com o enredo, o jovem Daniel pretende conhecer toda a verdade sobre aquele escritor que desapareceu sem deixar rasto, ao mesmo tempo que vive as crises da adolescência, com o primeiro amor e bastantes desilusões. É num sem-abrigo que ganha um amigo para a vida, que o vai ajudar em múltiplas peripécias a desenrolar aquele novelo de sentimentos humanos controversos de histórias passadas. Sempre perseguidos por um sinistro inspector policial, que deixa atrás de si livros em chamas e um rol de actividades facínoras.

Sem revelar o final, como é óbvio, aqui fica uma breve passagem:

“- Alguém disse uma vez que no momento em que paramos a pensar se gostamos de alguém, já deixamos de gostar dessa pessoa para sempre – disse eu.
Bea procurou ironia no meu rosto.
- Quem disse isso?
- Um tal Julián Carax.
- Amigo teu?
Surpreendi-me a mim mesmo a assentir.
- Mais ou menos.”

Excelente!

xxx

Amiga, se me dás licença, também gostava de acrescentar mais umas citações, do mesmo livro, à tua crónica:

* "Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o ecreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte."
* " O tempo passa tanto mais depressa quanto mais vazio está. As vidas sem significado passam de largo como comboios que não param na nossa estação."
* " ...a arte de ler está a morrer muito lentamente, que é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e que estes são bens cada dia mais escassos."

Acabei por descobrir, também, um site oficial do autor deste livro. Para quem estiver interessado em ir "espreitar" aqui fica o local: http://www.carlosruizzafon.com/
Quem quiser enviar/ partilhar mais crónicas de livros lidos, a Teia recebe com todo o agrado, e publica, para não deixar escassear estes bens que nos são tão queridos.

:)

13 comentários:

Teté disse...

Ah, Su, há tantas citações que podiam ser tiradas deste livro, que o difícil é escolher apenas umas poucas. Fizeste bem em acrescentar, que eu já não sabia qual escolher, depois de reler o livro quase todo...

Não sei se concordas, mas embora o livro seja em prosa, o modo de escrever é quase poético...

Jinhos, amiga, e tem um bom fim-de-semana!

Anónimo disse...

Como sempre, a qualidade da Teia e da Su, mais uma vez, se revela nas excelentes escolhas literárias e excertos citados.
Parabéns pela de hoje!
Beijinhos, mil, e obrigada querida Su, pelo carinho de sempre...

Susana Júlio disse...

Sombras: A escolha literária esteve a cargo da teté...eu apenas acrescentei algumas citações.
O carinho existe sempre pelos fios da Teia. :)

Teté: Sempre considerei a escrita neste livro como uma espécie de prosa poética. O esquema gráfico de poema não existe mas a essência de um extenso poema está lá! É de facto um grande livro para várias re-leituras!

Rafeiro Perfumado disse...

Fiquei curioso, confesso... quem sabe nas próximas férias, porque agora a leitura é sempre deixada para terceiro plano...

Ana disse...

Oi Su.
Parece-me uma boa sugestão.
Quando paramos para pensar se gostamos de alguém é porque alguma coisa já está mal.
Beijos

Mustafa Şenalp disse...

Your blog is very nice:)

susemad disse...

Olá Su,
Este é um daqueles livros que maravilhou muitos de nós! :) Também já falei dele no meu cantinho, mas é sempre bom voltar a reler partes dele.

"Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte."

Todo o livro tem uma envolvência com o leitor muito forte, mas a parte acima que citaste é de uma grande beleza! Chega até a ser arrepiante! :)
Uma óptima semana e um beijinho

Susana Júlio disse...

Todo este livro está repleto de partes arrepinates e são inúmeras as citações possíveis de o provar...mas o melhor conselho mesmo é: LER!
Experimentem visitar o site oficial deste escritor. Vale a pena.

carteiro disse...

Bem, se começar a dizer "também ainda não li este livro", provavelmente tenho mais trabalho do que se começar, de facto a lê-los.
E este é mais um dos quais já ouvi recomendar uma série de vezes, com citações lindas..

Susana Júlio disse...

Bem, carteiro...então passa a fazer parte da malta que já o leu e o recomenda por razões óbvias! Vais ver que não te arrependes! ,)

Anónimo disse...

E prontes...mais um prá lista dos "Parece tão fixe, vou ter que ler"!

Obrigada Tété e Su pela sugestão!

Beijos a dobrar
Princesa

Susana Júlio disse...

Princesa...não te vais arrepender! Em nada! :)

Anónimo disse...

Já sabes, venho fora de horas e sem saber muito bem o que dizer, por vezes, fico calado, apenas a ver, outras ouso comentar, mas, sempre, sempre, escuto, com ternura o vento que passa, pois ele fala-me daquilo que nem em letras nos atrevemos a colocar!