Foi ontem, dia 3 de Fevereiro, na Aula Magna em Lisboa, que tive a oportunidade de assistir a um excelente espectáculo musical. Estive a usufruir ainda de uma prenda de Natal (já te agradeci imensas vezes, Taliesin, esta é ainda outra: Obrigado!). Os Australian Pink Floyd existem desde 1988 e são “apadrinhados” por David Guilmour. Inclusive chegaram a actuar nas celebrações do 50º aniversário de Guilmour, em Londres a pedido deste. São apelidados pelos Aussie Floyd (
www.aussiefloyd.com) e são membros da banda: Steve Mac (voz e guitarra); Damian Darlington (voz e guitarra); Colin Wilson (voz e baixo); Jason Sawford (teclados); Paul Bonney (bateria); e três excelentes vozes femininas, das quais destaco Bianca Antoinette. Foram duas partes de concerto com direito a intervalo (nunca tinha assistido a tal!), visto que a banda é adepta de umas quantas cervejas! Sala cheia, espectáculo de luzes e de imagens ao nível do que é possível em termos de capacidade desta mesma sala, um som sem distorções e perfeitamente nítido, e a música e vozes cópias perfeitas dos originais Pink Floyd. Fechávamos os olhos e parecia estarmos a escutar um original! Impressionante e diversas vezes arrepiante. Colin Wilson em harmonia com a voz de Roger Waters e Steve Mac, assim como Damian Darlington, as vozes de Guilmour! Como disse, bastava fechar os olhos. De destacar os instrumentos de sopro, as cordas e os teclados…as vozes femininas, como disse ali em cima, a de Bianca especialmente, levou o público ao rubro, com as potencialidades da mesma ao vivo! Quase duas horas e meia do som psicadélico, alucinado, intimista, poético e quase impossível de distinguir dos verdadeiros Pink Floyd. As imagens digitais projectadas atrás da banda e que acompanhavam os temas musicais não eram de grande qualidade mas davam azo à alucinação das letras, complementando-se perfeitamente uma com a outra. As cabeças dos martelos do The Wall aqui são substituídas por cangurus; aliás, são frequentes as alusões à Austrália, quer em imagens quer em algumas sonoridades que se descobriam algures por lá! O público aplaudiu em pé alguns temas e pediu, entusiasta, um encore que nos foi dado com Run Like Hell. Muitos temas forma tocados, dos quais destaco: Time; Set The Controls For The Heart Of The Sun; Another Brick In The Wal part I e II; The Great Gig In The Sky; Sheep; Money; Wish You Here; Learning To Fly; Mother, entre outros.Saí da Aula Magna com vontade de continuar no concerto.
Entretanto, hoje andava a ver se dava conta de alguma crítica à noite de ontem e encontrei uma no Disco Digital, por João Gonçalves , com o título: “Australian Pink Floyd: É Carnaval, Ninguém Leva a Mal!”. Ora, este senhor, que deve levar muito a peito a sua tarefa de criticar na acepção mais básica e comum do que é criticar, optou por dizer mal de um evento, precisamente por ter corrido tão bem! Vamos lá a ver…então é assim: Os Australian Pink Floyd, por tocarem de um modo tão idêntico e perfeito quanto os Pink Floyd, são acusados de serem umas cópias tipo máscaras,que até calham bem porque estamos na época delas. São “uns australianos numa espécie de Chuva de Estrelas em domingo à noite dedicado aos Pink Floyd…", disse ele. Pois quanto a mim, Sr. João, ainda bem que estes australianos se dignaram a iniciar a sua tournée aqui em Portugal, ontem, pois assim tive o prazer de conhecer esta excelente e reconhecida banda de tributo; para além de me fazerem recordar o quão magnífico foi o concerto dos Pink Floyd há mais de dez anos atrás, em Alvalade; sendo que, desta forma, deu para “matar um pouco das saudades da minha banda de eleição. E já que os Pink Floyd não vêm cá ao menos que decida passar por cá alguém que nos lembre deles. E não, Sr. João, não nos esquecemos de Guilmour, Nick Manson, Richard Wright e Waters nem os confundimos com os vocalistas dos Aussiefloyd (apesar da qualidade das vozes também destes últimos!).
Segundo, Sr. João, parece-me muito mal ir a um espectáculo musical e sair de lá a criticar o público por também ter estado impecável, à imagem e semelhança da banda! Digam-me lá se isto não é criticar por criticar?! Ou então, sendo um pouco mazinha, má-vontade?! Voltou a dizer o Sr.João: “Impressionante é ver a reacção da plateia que vai reagindo como se ali estivessem Guilmour, Nick Manson, e Richard Wright... Já nem falo em Roger Waters no mesmo palco.” ou “Não era caso para se pedirem músicas nos intervalos silenciosos, e para se exigir um encore daquela maneira histérica. De qualquer maneira o povo é que sabe…” e ainda “O povo à saída da Aula Magna comentava que «isto merecia era um Pavilhão Atlântico...», sendo que «isto» foi o musical a que tinha acabado de assistir. E se o povo aprova... Mesmo porque já diz o provérbio: é carnaval ninguém leva mal!”. Pois é Sr. João…o povo gostou e manifestou a sua humilde e franca opinião. Parece-me algo perfeitamente lógico fazê-lo em situações de agrado e afins, não?! Ou seria uma questão de bom tom e de etiqueta dar um par de aplausos e dizer “Que caturreira! Então vá…”?! Pois é Sr. João, o povo gostou (eu até comprei uma t-shirt preta com um canguru cor-de-rosa à frente, e as datas dos concertos atrás! Bem à portuga, não?!) e aqui este membro do povo não consegue perceber a pertinência nem a lógica de se fazer uma crítica a criticar tudo o que correu bem…por correr precisamente bem!
Sr. João, pois olhe, a mim ninguém me paga para criticar; seja como for elaborei aqui a minha humilde crítica, construtiva ao espectáculo que assisti ontem. O único senão em todo o concerto foi uma das portas laterais do palco que estava constantemente a abrir e fechar, para dar entrada ou saída aos membros que estavam em palco…e podia estar tapada por um cortinado negro de maneira a não se notar.
Mas, provavelmente, Sr. João, o senhor estava a mascarar-se de crítico musical…e eu é que levei a sua crítica demasiado a sério. Esqueci-me, por momentos de que é Carnaval…e se o seu disfarce é de crítico musical…não faz mal…ninguém leva a mal! Encontramo-nos na crítica do concerto dos Portishead em Março!
25 comentários:
5 estrelas para o vídeo que é excelente!!!
Deve ter sido um daqueles concertos que tão cedo não se esquece...
Que inveja que eu tenho de lá não ter estado!!
Amanhã volto para ler o texto...
Beijo
Não te amofines, que os críticos em Portugal são mesmo assim... gostam de criticar, mesmo o que não é criticável!!! Assim tentando entrar num grupo indefinido e nomeando-se a si próprios de "élite intelectual"...
Aqui há poucos anos, no final de uma cerimónia de Óscares (ou Globos de Ouro, já não sei ao certo), o Schwarzennegger apareceu de muletas - tinha partido um pé, ou uma perna - e o crítico em estúdio fartou-se rir à gargalhada, que aquilo tinha muita graça, porque ele fazia sempre papéis de durão!!! Até posso perceber que não se admire o Arnold quer pelas suas ideias políticas, quer pelas suas capacidades de actor. Mas daí a ter graça o homem andar de muletas, por causa de um acidente...
Quanto ao concerto não vi mas gostei, pelo "cheirinho" que aqui nos deste... Os Pink Floyd são uma banda de referência para muito pessoal da minha geração, conheço de cor e salteado quase todas as músicas deles (o que em mim é difícil, distraída que sou em termos musicais).
Nunca fui a muitos concertos, mas a Aula Magna tinha, sem sombra de dúvidas, as melhores condições acústicas de todas as salas e pavilhões por onde passei...
Jinhos, amiga, e continuação de boas mini-férias!
Que grande chance a sua!! Eu adoro pink floyd, deve ter sido emocionante ver tao bom concerto.
E carnaval, e que diferenças!! Quem dera eu poder no periodo de barulho e baderna ter esta tua oportunidade!! Mas nao leve a mal é uma inveja gostosa.
Beijinhos
impulsos: Foi um momento excelente na impossibilidade de não termos os PINK FLOYD! Valem muito a pena! Bejinhos grandes, amiga.
teté: Fiquei siderada com o texto deste senhor, que com a petulância mais extrema dava uma opinião nitidamente tão contrária ao rumo da maré...provavelmente, o snehor deve ter ficado no bar após o intervalo a terminar o resto das cervejas no bar e não deu conta de mais nada de jeito! Acho impressionante que estes chamados críticos ganhem alguma coisa com a atrocidade e ridículo das suas ignorantes palavras. Choca-me mesmo. Enfim...adiante...penso que ias ADORAR. No público misturavam-se todas as idades, desde crianças às pessoas mais idosas. Foi mesmo um momento único de partilha! Beijinhos grandes.
liz: Penso que os Australian vão passar aí por França ainda neste mês! Seria uma óptima oportunidade e de certeza que ias adorar! Bom Carnaval! Beijinhos grandes.
Pink Floyd sempre foi uma das minhas bandas...
Ainda guardo cá dentro (faz agora 13 anos) o fantástico concerto que eles deram em Alvalade.
Só de lembrar, arrepia :)
Ainda bem que tiveste a oportunidade de assistir a esse concerto!
Beijo
som do silêncio: Também sempre foi e será aquela banda de eleição...esse concerto foi memorável, fantástico...e sei que foi um dos grandes concertos da minha vida!
Este concerto dos Australian foi uma forma agradável e com muita boa qualidade de recordar PINK FLOYD!
Beijinhos grandes.
Já tinha ouvido falar...
Muito bons sem dúvida...
Um som diferente :-)
Parabéns pela escolha
Bjos daqui
Pierrot
O bom gosto está sempre presente!!
Deixo-te um sorriso
:)
Dark kiss
ninguém leva a mal, quer dizer ... se me apalparem o rabo, levo... quer dizer... se for loira... quer dizer...
pink...
lembro-me deles e da sua canção mais conhecida, a da pantera, ou não era deles...
australia... bonita tal como a new zeland,
critica... musical...
abrazo serrano
saudades da música...
das viagens que nela fiz no passado.
repetidamente!! :)
um prazer reouvir a voz da tristeza da urgência e da melan
colia.
tudo ao mesmo tempo...injectada na alma.
.beijO
Já tinha ouvido falar!... Foi aqui mesmo ao lado de mim, mas com crianças...
Deve ter sido memorável e ainda bem que te divertiste.
Beijinhos
Eu já tinha ouvido falar desses caras, porém nunca ouvira nada deles. São fantásticos. Ser o espelho da maior banda de rock de todos os tempos é um grande privilégio.
Beijos!
pierrot: Desaparecido! Voltaste?! ;) "Um som diferente"? Um dos melhores sons quanto a mim! Mas eu sou suspeita...cresci a ouvir Pink Floyd e sou conscientemente fã deles desde os 11/ 12 anos! Beijinhos grandes.
dark-me: Obrigado pelas palavras e pelo sorriso. Este último é muito bem-vindo! Beijinho.
mixtu: Depende que quem fazia o acto, não era?! Pois...pois...se fosse a filha dos lavradores agora perdida pelo Carnaval da cidade seria diferente, não?! :)) Não conheço nem Austrália nem Nova Zel^ndia...mas adorava conhecer especialmente esta última...também é daqueles sonhos de há anos e anos... Beijinhos grandes.
un dress: É bem verdade...a música deles traz um "cocktail" de sentimentos que apelam à introspecção de uma maneira poderosa! Seja qual for o estado de espírito actual de quem os ouve! Beijinhos.
marias: Pena que não foste ver...foi mesmo muito bom. Trazias as crianças também! ;)) Beijinhos grandes.
oliver: Sei que eles andam bastante pelo Brasil. Esta digressão é aqui pela Europa. É foi um momento fantástico. Beijinhos.
Tanbém já conhecia mas não tive a tua sorte!! Mas... por aquilo que escreves aqui, fico com umas "luzinhas" do que terá sido. Um beijo e obg :)))
Mimo-te
mimo-te: Fica para uma próxima que venham cá...de certeza que não vais querer perder! :)) Beijinhos.
excellent :-)
pink floyd has always been one of my favorite
the song 'Uncomfortably Numb' is I like best.
azer: Pink Floyd is the BAND! ;)) Great song that you refer: "Comfortably Num"! :)))
Ainda estou a decidir se vou ver Portishead :\
borboleta: Amiga, aqui em Lisboa já não verás...os bilhetes estão esgotados!! :((
É pena não haver algo assim em sítio mais perto...
Por acaso o que li acerca dessa banda entusiasmou-me bastante. E tu própria falas dela com uma perfeição... que não sei discutir.
Tendo tu presenciado o espectáculo, essa crítica passa a valer o que vale: nada :) Se bem que te perceba e costume fazer o mesmo, isto é, procurar críticas no dia seguinte.
Acho que devo ainda acrescentar que gosto muito de Pink Floyd mas sobretudo na era Roger Waters. Depois do "The Final Cut", provavelmente o meu favorito a par com o "The Wall", o entusiasmo desceu-me exponencialmente. Mas devo afirmar ainda que conheci a sério a música da banda muito, muito depois do Roger Waters já ter saído, ou seja, os álbuns foram descobertos e ouvidos numa cronologia muito peculiar. Daí que pense que a minha opinião nem merece ser discutida por "fãs incondicionais dos Pink Floyd qualquer-que-seja-a-era" :)
O teu contentamento é contagiante!!
carteiro: Obrigado pela tua consideração e afinal, voto de confiança, na minha própria apreciação do que vi, ouvi e senti. Tudo é sempre muito subjectivo então no que toca a gostos...mas existem coisas que nem passam pelos gostos mas sim pelo óbvio e pelo bom senso. mas críticas à parte...tenho essa mesma ideia...até ao The Final Cut...a essência dos Pink Floyd. O fim anunciado. O poeta sai de cena. :)) Mas continuei "fiel" aos dois caminhos que se seguiram: Pink Floyd com Guilmour e Waters a solo. Vale sempre a pena. Grandes momentos musicais. :))
Beijinhos.
Bom, estou a ver que valeu mesmo a pena... tenho que ficar atento para a próxima...
matchbox31: Pois, tu deves andar é mesmo numa fase desatenta!! ;))) Fica para a próxima! Vale a pena! :)
Bem, fantástico, as coisas que aprendo contigo... eu também adoro os Pink Floyd, mas não sabia que eles tinham uma sucursal! :-D Incrível como descreveste o som deles (dos seus "reflexos", mas que presumo que apliques também aos próprios Pink Floyd...): psicadélico, alucinado, intimista, poético!! És mesmo uma apreciadora! Na minha adolescência, conheci-os por alto, não consegui formular opinião porque conhecia poucas músicas; lembra-me de adorar, adorar o "Learning to Fly"; agora, mais para a idade (eh, eh, eh) tenho andado a explorar um pouco mais o trabalho deles... são realmente obras de arte cada uma das suas composições... Quanto aos críticos... bem, críticos somos todos, o problema é quando se encarna essa personagem sistematicamente, começa a tornar-se difícil resistir a uma forma contorcida de ver a realidade... sempre buscando um olhar... crítico... acaba-se por ver defeitos onde eles não existem... esse tipo de crítica é velha, a de criticar os que tentam igualar, mas eu também acho que esse é um exercício interessante, tão necessário quanto o outro de fazer diferente... uns fazem umas coisas, outros fazem outras... complementam-se... para uma fã como tu conseguir senti-los, é porque o trabalho era mesmo bom! Era porque eles próprios conseguiram captar muito bem a coisa! Eh, eh, eh... essa do "povo" matou-me... ih ih, ih... ouve, o senhor deve é ser um granda brincalhão... bjokas...
em março, na critica do concerto dos portishead nem vou pôr aqui os pés... é muito mau o que me aconteceu!!!
vou bloquear esse dia e esse assunto :((
é que tira-me os sorrisos todos...
...mas ainda deixa espaço para um beijo, daqueles cheios de sabores mil :)
Enviar um comentário