"Freud observou certa vez que o amor é uma redescoberta. É através do amor que tentamos recuperar a inocência perdida da felicidade que outrora sentimos, quando éramos bebés e vivíamos em paz com o mundo. O amor, bem vistas as coisas, tudo tinha a ver com uma vontade indefinível, etérea e imperceptível, de retornar à infância e ao afecto materno e alimentava-se da vã esperança de reencontrar essa felicidade desaparecida nos primórdios da existência."
in O Codex 632, de José Rodrigues dos SantosAinda não tinha lido nada deste autor. Mas confesso que não estou a considerar voltar a ler o que quer que seja dele. A ideia que está subjacente à escrita deste livro é muito boa, tendo em atenção que desperta as mentes inquietas e interessadas para o mistério que sempre se adensou em torno da figura de Cristovão Colombo. E as pistas que nos são reveladas, baseadas em documentos históricos verídicos, são impressionantes...só é de lamentar que esta ideia tenha sido desenvolvida por José Rodrigues dos Santos. A sua escrita pedante, injecta nos diálogos forçados entre as personagens, autênticas lições de história, de filosofia, de esoterismo, de psicologia, com termos e extenuantes noções devidamente estudados e decorados para o efeito. Mais valia, em vez de ser um romance histórico, ter-se dedicado a ser um livro de investigação científica...pois o estilo de escrita própria para uma narrativa de ficção deixa muito a desejar.
Definitivamente...não será um bom livro para o FORA DA PRATELEIRA aqui da TEIA.
Sugestão musical: YEAH YEAH YEAHS - "Show Your Bones" (2006)
18 comentários:
Realmente não tiveste grande sorte... Mas lê "A Filha do Capitão", que é melhor. Não é uma obra prima, mas eu gostei mais. São os únicos que eu conheço do Rodrigues dos Santos.
1/4 de fada: Já houve outra pessoa que me disse o mesmo...que ficou pelo terceiro capítulo deste Codex mas que leu muito bem A Filha do Capitão...bem, a ver vamos...
:))
Vou pôr à consideração, então, se "A Filha do Capitão" pode anular a má impressão deste autor com o Codex!!
No natal dei ao meu pai um livro dele e parece-me que o meu pai gostou. De qualquer forma, nunca li, mas sempre estive tentada a ler o livri que lhe dei. Acho que era "O Último Selo"... Não tenho a certeza... É provável que me engane no nome!
Beijinhos
borboleta: Esse também é outro livro que já me disseram que comporta uma escrita diferente...provavelmente, comecei mal com este autor. De tal modo que não me está a convencer muito a partir para outro livro dele. Beijinhos.
Entendo-te perfeitamente. Eu também sou assim. Se não gostar do primeiro livro será difícilpegar num segundo livro :)
Beijinhos
ps- a imagem é divinal ;)
borboleta: A imagem é do devianart...algures por lá no tema da inocência perdida, encontrei esta preciosidade fotográfica! raptei-a para aqui! :) Obrigado!
Mais um beijinho grande, meu e aqui dos bichos para ti e para a tua Gaia.
Querida Su:
Fiquei exactamente com a mesma opini�o que tu sobre a escrita de Jos� Rodrigues dos Santos, ao ler "O S�timo Selo". Uma boa ideia, mas p�ginas e p�ginas de aulas pedantes sobre um assunto do maior interesse... di�logos for�ados... tudo o que referes! Mais um que me afastar� do autor pela tua an�lise.
Beijos
papoila: Ah...então se ainda continua no seu puro exibicionismo de saberes dispenso. Compro antes livros de especialistas na matéria, que não apresentem uma escrita forçada ao tema.
Obrigado pelo partilhar da tua opinião. Muito importante para mim.
Beijinhos.
Nem sempre a primeira impressão é a que realmente é a pessoa ou o que ela representa.Mas,é fato que sim,marca-nos de tal forma que recusamos passar para outro nível de conhecimento.
Já li algo desse meu "quase" parente,justamente o livro que já fora citado e não me soou pedante ou assim,vale dar uma conferida.
;)
Beijo!
pois, quando se sente que a escrita não sai naturalmente, acaba por não se gostar nada do livro...
Não vou falar do livro que não li, mas vou falar da foto que ilustra este post.Não me parece feliz. Uma criança a apontar uma pistola? Nem a brincar.
kátia: Quase parente? Olha, agora fiquei curiosa!!! Huummm...acho que não mudo de ideias...o meu problema quanto ao livro foi mesmo a técnica da escrita que ele usou na narrativa...achei-a muito forçada.
match: Não imaginas o tempo que levei a lê-lo...eu uma devoradora por excelência de livros!
gui: A ideia não é feliz pois com certeza...mas existe. Infelizmente. E neste caso apenas serviu como uma espécie de metáfora visual. :))
Li quatro livros do jornalista. O único que não li foi "A Filha do Capitão".
Aquele que gostei mais foi "A Ilha das Trevas" e "O Codex 632" foi o que gostei menos. Não é dos meus escritores preferidos, mas não desgostei da escrita dele. No entanto, concordo com alguns dos teus pontos de vista.
Já li a Fórmula de Deus e achei brilhante.
Desculpa a invasão.
Beijinho*
tonsdeazul: Pois...se calhar eu devia ler mais alguma coisa dele...mas não me sinto nada tentada...beijinhos grandes.
catxinha: Qual invasão?! Seja bem-vinda! :))Pronto...aqui fica uma sugestão que me poderá fazer mudar de ideias...obrigado! Beijinhos.
Eh, eh, eh, o Freud era muito doidão, mas um verdadeiro génio... um génio autêntico. Tenho para lá um post sobre Freud, o consciente e o inconsciente... qualquer dia meto-o no impressionantes impressões... coitadinho do José Rodrigues do Santos, eu teria a certeza de que a escrita dele seria precisamente assim: completamente estudada... talvez por isso os livros dele, apesar de abordarem temas que me fascinam, nunca estiveram na minha lista de aquisições a fazer, e com esta tua confirmação,
Sabes que eu o acho amoroso e acho que deve ser boa pessoa, mas essa faceta da falta de espontaneidade, ou da espontaneidade estudada gera-me uma série de conflitos e desconfortos, pelo que... better not!
Beijooo!!
Ups... não ligues, linda, a minha cabeça anda assim e após uma fase em que parece que funciona perfeitamente, segue-se uma outra em que me presenteia com estas falhas... :-ZZZ ano que vem não posso de forma alguma andar a apanhar os nervos que andei este ano e TENHO de levar MUITO a sério as minhas aulas de yôga e a minha meditação... dizia eu que agora com a tua confirmação, definitivamente, José Rodrigues dos Santos não faz definitivamente o meu estilo e está definitivamente de fora, de facto.... quem deve gostar é o meu pai, que fica tão fascinado com toda essa documentação que se borrifa para o resto, nem toma consciência!!
Beijo!!
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